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Enviado por alexandre em 27/12/2018 10:20:00

Não sou laranja, diz ex-assessor de Flávio Bolsonaro
Depois de faltar a quatro convocações do Ministério Público para depor sobre as movimentações suspeitas em sua conta corrente constatadas em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o motorista Fabrício Queiroz, ex-chefe de segurança de Flávio Bolsonaro, reapareceu nesta quarta-feira em uma entrevista concedida ao SBT. Ele relata que problemas de saúde, incluindo o diagnóstico de um câncer maligno no intestino, o teriam impedido de comparecer à sede do MP no Rio de Janeiro para esclarecer os fatos.

Ao longo de 22 minutos de entrevista, Queiroz afirmou ser inocente com frases curtas e incisivas: “Eu não sou laranja”, “Eu não sou bandido”, “A conta é minha”, “Não estou fugindo”. Porém, ele se reservou ao direito de detalhar os depósitos atípicos, sobretudo o de 24.000 reais realizado na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, apenas quando for depor ao Ministério Público. “Esse mérito de dinheiro eu quero explicar ao MP”, disse, alegando que a quantia em questão se tratou de um empréstimo de Jair Bolsonaro. Novamente sem entrar em detalhes, ele justificou a alta movimentação na conta com um empreendimento paralelo de compra e venda de automóveis. “Sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro, compro carro, revendo carro… Sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora. Na minha época, lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar e revendia. Tenho uma segurança”.

De acordo com o relatório do Coaf, foram identificados saques e depósitos bancários feitos na conta do motorista que superavam 1,2 milhão de reais no período de um ano, entre 2016 e 2017. Os valores seriam incompatíveis com seu rendimento mensal, que girava em torno de 23.000 reais – 10.000 como assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro na Alerj e outros 13.000 de aposentadoria da PM. Na entrevista ao SBT, Queiroz isentou seu antigo chefe e a família Bolsonaro das suspeitas levantadas pelo Coaf. “Flávio Bolsonaro é um homem honesto, íntegro e um excelente pai de família”, afirmou antes de fazer um apelo à imprensa para que não atrele o caso aos familiares do presidente eleito. “Quero pedir desculpas à família Bolsonaro e a primeira-dama por envolver o nome deles nisso. Eu sou o problema, não eles”.

Queiroz ainda se referiu a vários problemas de saúde para justificar seu sumiço desde que o caso veio à tona, no início do mês. Ele contou que, ainda na campanha eleitoral, convivia com uma bursite no ombro direito, tosse recorrente (“ficava tossindo dentro do carro o tempo todo, estava até constrangedor”), alterações na urina e sangramentos nas fezes. Ao fazer exames – ele não revelou o nome do hospital onde foi atendido –, um médico teria diagnosticado um câncer maligno no intestino, embora ainda não tivesse em mãos o resultado da biópsia. “Fiquei muito debilitado no dia do depoimento”, disse ao esclarecer a última ausência à intimação do MP.

Outro empecilho para o comparecimento ao MP, segundo Fabrício Queiroz, seria a orientação de seu advogado para que só prestasse depoimento depois de ter acesso à íntegra do relatório elaborado pelo Coaf, o que ainda não havia ocorrido no intervalo entre as duas primeiras convocações. “Eu não sou laranja. Por mim, já teria ido depor a muito tempo para não ficarem me achando um bandido. Eu não sou bandido. Sou trabalhador. A conta é minha, não é de terceiros. Não estou fugindo. Quero agradecer ao promotor [Eduardo Gussem, procurador-geral de Justiça] por não pedir minha prisão”.

Aos 53 anos, Queiroz afirma ter sofrido um grande baque psicológico por causa das acusações. “Imagina eu, amigo do presidente, amigo do deputado… Meu WhatsApp era só coisas bonitas. Aí vem, de uma hora pra outra, meu nome aparecendo na mídia, vários repórteres atrás de mim. É um momento muito difícil.” Por fim, ele lembrou do apoio que recebeu da família Bolsonaro em diversos momentos, inclusive quando seu enteado se suicidou com a arma que ele mantinha em casa. Ao responder se ainda mantém contato com Flávio Bolsonaro após o estouro do caso, lamentou o distanciamento do senador eleito. “Não tenho falado com ele. Essa é a coisa mais triste do mundo”.


Queiroz reaparece e diz ao SBT que dinheiro veio de negócios com carros

"Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro carro, revendo carro, eu sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora", afirmou

Reuters

Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista ao SBT que entre suas atividades está a de revenda de carros, após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontar “movimentação atípica” de mais de 1,2 milhão de reais do ex-assessor.

“Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro, eu sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, revendia”, afirmou na entrevista ao SBT divulgada nesta quarta-feira.

Ele disse que ganhava cerca de 10 mil reais por mês quando fazia assessoria a Flávio Bolsonaro e que seus rendimentos mensais eram de cerca de 24 mil reais, incluindo remuneração como policial.

Queiroz faltou duas vezes em depoimento marcado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para explicar os rendimentos.


Descrença geral à versão de ex-assessor de Flávio Bolsonaro



Quantidade de dinheiro movimentado

Uma pessoa próxima da família Bolsonaro achou pouco convincente a versão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), para as transações financeiras atípicas em suas contas, que, em entrevista ao SBT nesta quarta (26), ele associou a negócios de compra e venda de carros.

A explicação, que Queiroz havia apresentado antes a familiares e assessores do presidente eleito, parece insuficiente para justificar todo o dinheiro movimentado em suas contas, disse o amigo da família.

Queiroz prometeu apresentar mais detalhes ao Ministério Público do Rio. (FSP)

Driblando a rampa: Temer sairá pela porta dos fundos



O presidente Michel Temer decidiu deixar o Palácio do Planalto à paisana após passar a faixa para o sucessor, Jair Bolsonaro. Foi descartada a opção de descer a rampa, o que o deixaria exposto ao público que vai acompanhar o evento.

Pelo roteiro, Temer vai deixar o Palácio do Planalto pelo elevador no momento em que Jair Bolsonaro iniciar seu discurso no parlatório.

Já Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, passou o Natal longe da família, cercado apenas de colegas que estão dando apoio a ele neste momento. O isolamento ocorre desde que o Estado revelou relatório do Coaf mostrando movimentações atípicas na sua conta.(Coluna do Estadão)

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