Mais Notícias : Calote: para novo chefe da Abril empresa é inviável
Enviado por alexandre em 17/08/2018 08:39:33

Calote: para novo chefe da Abril empresa é inviável

Postado por Magno Martins

O executivo Marcos Haaland, especializado em gestão de empresas quebradas, novo presidente-executivo do Grupo Abril, revela numa entrevista franca à revista Veja como a estrutura empresarial e conceitual da editora quebrou o grupo. Haaland deixa escapar que a empresa ainda pode ‘sangrar’ no próprio processo de recuperação.

Os números são dramáticos. A dívida da empresa é ainda maior que os R$ 1,6 bilhões que entraram na recuperação judicial anunciada ontem, o prejuízo do grupo é superior a R$ 300 milhões, 800 pessoas foram demitidas e as receitas de publicidade caíram de R$ 1,4 bilhão para R$ 1 bilhão em quatro anos. Ele confessa também que o modelo de empresas baseada em publicações impressas está condenado à morte.

Segundo o executivo, o modelo de negócio das empresas de comunicação impressa sofreu uma queda expressiva das receitas de publicidade e daquelas provenientes das vendas de assinaturas e de venda em bancas. Alguns números mostram como foi rápida e dramática a mudança de situação. Do total de investimentos em publicidade das grandes empresas em 2010, uma fatia de 8,4% era dirigida para revistas. Essa participação caiu para 3% em 2017. O número de pontos de venda de mídia impressa, como as bancas, diminuiu de 24 000 para 15 000 de 2014 a 2017.

A circulação de revistas, no mesmo período, baixou de 444 milhões de exemplares por ano para 217 milhões. E a venda de assinaturas recuou 60%, de 90 milhões para 38 milhões, enquanto a venda de exemplares avulsos se reduziu quase a um terço do que foi de 173 milhões para 63 milhões.

A Editora Abril, um dos maiores grupos de comunicação do Brasil, que obteve um crescimento considerável durante o regime militar, decidiu entrar com um pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira, 15 de agosto. O valor preliminar das dívidas do grupo de comunicação é de R$ 1,6 bilhão, mas esse montante pode ser muito maior, devido a manobras e ‘pedaladas’ financeiras. (BR 247)

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