Regionais : Miss Bumbum revela que médico bebeu vinho antes de procedimento estético
Enviado por alexandre em 19/07/2018 09:48:05

A modelo brasiliense Flávia Tamayo, de 20 anos, eleita Miss Bumbum Distrito Federal, também passou pelas mãos do médico Denis César Barros Furtado, de 45, conhecido como "Doutor Bumbum. A jovem conta que pagou R$ 40 mil para que o médico fizesse o procedimento de bioplastia em suas coxas. Mas antes de começar, ele bebeu junto com ela, vinho e espumante.

— Conheci o Denis pelas redes sociais. Ele é muito bombado e a informação que eu tinha é que ele estava legalizado e autorizado para fazer esse tipo de procedimento. No Dia das Mães, ele fez uma promoção e eu aproveitei para conseguir pagar um valor mais barato. Lembro que levei R$ 20 mil em espécie para ele e a outra metade eu transferi para a conta da namorada dele (Renata Fernandes). Não recebi nenhum tipo de comprovante, mas eu estava tão nervosa para fazer logo o procedimento que nem me dei conta disso — conta Flávia.

Ainda segundo a Miss Bumbum, todo o procedimento foi feito em três sessões na casa de Denis, em um condomínio no Lago Sul de Brasília.

— A mãe e a namorada dele estavam na casa. É uma grande mansão e eles sempre demostram muita simpatia. Lembro que cheguei por volta do meio-dia e só fui atendida às 20h. Durante esse tempo, eles botam música e até oferecem vinho e espumante. Até o Denis bebeu e foi mais do que eu. Achei estranho, mas estava focada no procedimento — relembra Flávia.

Mas o momento de relaxamento terminou assim que a modelo entrou na sala onde ele aplicava os produtos:

— Levei minha mãe comigo para que ela ficasse de olho no que ele estava aplicando em mim. O problema é que mesmo anestesiada, sofri muito durante a aplicação. Cheguei a pedir para ele parar e tentar marcar em uma clínica para que eu pudesse tomar uma anestesia mais forte. No primeiro momento, ele disse que tentaria marcar a próxima sessão em uma clínica, mas no dia combinado ele informou que não conseguiu e voltei para a casa dele. Cheguei a ter febre depois e a dor é tão grande que a gente fica com dificuldade até para andar.

Flávia, que está vivendo em São Paulo, conta que tomou um grande susto ao ver que o médico estava envolvido na morte da bancária Lilian Calixto.

— Fiquei chocada com tudo isso que aconteceu. Se esse caso não tivesse acontecido, provavelmente eu teria feito outras aplicações do produto com ele. A gente precisa pesquisar mais sobre esses profissionais antes de se submeter a uma intervenção estética — alerta.

O CASO

Lilian Calixto saiu de Cuiabá, no Mato Grosso, para realizar um procedimento estético nos glúteos no sábado, dia 14, segundo seu enteado. Após a intervenção plástica na cobertura de Denis, de acordo com a família da vítima, a mulher passou mal e precisou ser atendida no hospital Barra D'or, também na Zona Oeste do Rio, mas não resistiu.

Após dar entrada no hospital, o quadro clínico de Lilian piorou. Ela passou por quatro paradas cardiorrespiratórias, sendo que na última não respondeu às tentativas de ressuscitação. A morte da bancária foi constatada por volta das 1h12 do domingo. Ainda segundo o depoimento, no mesmo dia da internação, o médico recolheu os pertences da paciente (um anel de prata com pedra, uma aliança dourada, um anel de prata, um cordão prata com pingente, uma blusa de manga, uma blusa de alças, um par de tênis e um sutiã) e se retirou do hospital.

Titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), a delegada Adriana Belém, informou que o médico tem oito anotações criminais, uma delas por homicídio em 1997, além de porte ilegal de arma, crime contra administração pública, exercício arbitrário das próprias razões, ameaça, violação de domicílio e duas por resistência à prisão.

A Justiça decretou a prisão temporária de Denis, Maria de Fátima e Renata pelo crime de homicídio qualificado e associação criminosa.

Quem tiver qualquer informação a respeito da localização de Denis e Maria de Fátima, pode enviar uma mensagem de texto, vídeo ou foto para o aplicativo de mensagens do WhatsApp do Portal dos Procurados (21) 98849-6099, ou pode entrar em contato com a Central Disque-Denúncia pelo número (21) 2253-1177. O Anonimato é garantido.

O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) informou que faz fiscalização de rotina em unidades de saúde e que checa denúncias que chegam ao conselho. O Cremerj pede que a população denuncie casos como o do médico Denis Furtado.

'Médico fez a cabeça dela', diz filho de gerente de banco de MT que morreu após procedimento com Dr. Bumbum


O filho da gerente de banco Lílian Calixto, de 46 anos, que morreu após passar por um procedimento estético com o o médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como Dr. Bumbum, acredita que a mãe foi convencida por ele a passar pela técnica dentro de um apartamento no Rio de Janeiro.

Lílian morreu no domingo (15), no Hospital Barra D'Or, e o corpo dela foi enterrado na manhã desta quarta-feira (18) no Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá, na capital. O médico teve a prisão decretada pela Justiça e é considerado foragido.
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De acordo com Victor Calixto Gasques, de 24 anos, a mãe sempre foi preocupada com a saúde e havia agendado o procedimento estético nos glúteos com o médico em uma clínica em Brasília. No entanto, foi informada por ele que, devido a contratempos, teria que atendê-la no Rio de Janeiro.

"No Rio, ela teve uma surpresa quando viu que [o endereço] tratava-se de um apartamento. Eu conheço a minha mãe. Ela sempre teve medo dessas coisas, sempre foi muito correta. Só que, infelizmente, o médico fez a cabeça dela para realizar [o procedimento] no apartamento", afirmou.

Victor relatou que uma amiga da mãe teria passado pelo mesmo procedimento realizado por ela há 15 dias. Para o filho, o médico pode ter mentido para a paciente e minimizado os riscos do procedimento, a fim de convecê-la a passar pela prática no apartamento.

"Ela sempre teve medo. Se fosse alguma coisa mais perigosa, com certeza ela não faria. Ela não imaginava os riscos e o médico disse que era uma coisa rápida", disse.

A família da gerente de banco afirmou que deverá entrar com medidas judiciais contra o Dr. Bumbum.

"A Justiça tem que ser feita para que isso não ocorra com outras famílias. Eu perdi a pessoa mais importante da minha vida. E agora? Nada vai trazê-la de volta, mas eu quero Justiça. Pelo menos isso a minha família merece", afirmou o filho.

Investigação

Lilian seguiu a indicação de uma amiga e entrou em contato com Denis há seis meses. Ela marcou o procedimento para o último fim de semana. Ao marido e à família, Lílian disse que faria uma viagem para o Rio de Janeiro. Somente a amiga que recomendou o Dr. Bumbum sabia do procedimento estético.

A causa da morte de Lilian ainda não foi divulgada. De acordo com as investigações da polícia, ela foi à casa do médico de táxi, enquanto o taxista ficou na portaria aguardando. Com a demora, o motorista ligou para a passageira. Denis deu R$ 300 ao motorista e o dispensou, dizendo que Lilian ia demorar porque era um jantar.

De carro e acompanhado da namorada, o médico levou a paciente ao Hospital Barra D'Or. Quando ela morreu, Denis foi embora. Ele não informou os colegas que a atenderam sobre o procedimento estético, segundo a polícia.

A polícia fez buscas, na segunda-feira (16), no apartamento onde o procedimento foi realizado. No local, foram encontrados produtos e cadernos com anotações.

O médico Denis Cesar Barros Furtado, responsável pelo procedimento, e a mãe dele, a médica Maria de Fátima Barros Furtado, tiveram as prisões decretadas pela Justiça e estão foragidos. A namorada dele, Renata Cirne, foi presa. Ambas participaram do procedimento, segundo a polícia.

Prisão de namorada

Renata teve prisão temporária expedida por homicídio doloso qualificado e associação criminosa, assim como o médico, a mãe dele, a médica Maria de Fátima Barros Furtado e a auxiliar Rosilane Pereira da Silva. A prisão de Rosilane não foi autorizada pela justiça.

Outro lado

Denis Furtado é popular nas redes sociais, onde ele mesmo se fez conhecer pelo apelido de Dr. Bumbum. Apenas no Instagram, ele conta com mais de 645 mil seguidores. Lá, ele dá dicas de saúde e exibe os resultados de antes e depois dos procedimentos estéticos que realiza. Estas são as mais populares e chegam a contar com dez mil curtidas.

A advogada Naiara Baldanza, que defende Denis, emitiu nota sobre o pedido de prisão temporária contra ele. Ela diz que é cedo para culpá-lo pelo crime e que Lilian "não apresentou qualquer complicação" durante o procedimento.

"Qualquer conclusão acerca da morte de Lilian Calixto e a eventual responsabilidade do meu cliente sobre essa fatalidade é precoce", diz trecho da nota.

Processos na Justiça

O médico é réu em mais de 10 processos no Tribunal de Justiça do Rio. Num deles, junto com a mãe, por conta da venda de um apartamento. O comprador alega que pagou R$ 100 mil, além de ter pago dívidas de condomínio e IPTU, mas o imóvel teria sido invadido por Maria de Fátima, que teria se recusado a assinar a escritura.

Ela alega que não invadiu o apartamento porque não sabia que tinha sido vendido e que a venda foi feita por uma intermediária que não tinha procuração para a negociação.

Na polícia, constam as seguintes passagens:

Homicídio (1997)

Porte de arma (2003)

Crime contra a ordem pública (2003)

Resistência a prisão (2006 e 2007)

Exercício arbitrário da própria razão (2007) - quando a pessoa excede no direito de reagir em legítima defesa

Violação de domicílio (2007)

Informações sobre o paradeiro de Denis e da mãe dele podem ser repassadas de forma anônima pelo Whatsapp ou Telegram do Portal dos Procurados, no telefone (21) 98849-6099; pela Central de Atendimento, no (21) 2253-1177; através do Facebook; e pelo aplicativo Disque Denúncia RJ.
Advogada revela que "Dr Bumbum" negocia se entregar a polícia
Naiara Baldanza afirma que médico reluta em se entregar porque sofre de "Síndrome do Pânico"




A advogada responsável pela defesa do médico Denis Cesar Barros Furtado – conhecido como Dr. Bumbum –, Naiara Baldanza, afirmou nesta quarta-feira (18) que o profissional "sofre de síndrome do pânico". Segundo ela, esse é o motivo para ele ainda não ter se apresentado à Polícia Civil.

Denis está foragido desde que fez um procedimento estético na cobertura de um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que terminou com a morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, no domingo (15).

Segundo a advogada, o Dr. Bumbum “vai tratar com a polícia a data e o horário que ele se entregará à polícia”. A declaração foi dada em uma coletiva de imprensa em Brasília, na tarde desta quarta.

"Julgá-lo neste momento ainda é muito precoce. O Dr. Denis é um dos médicos que mais realiza procedimentos de bioplastia no Brasil", disse.

Ainda de acordo com Naiara, o médico não permaneceu no Hospital Copa D'Or, no Rio de Janeiro, — onde Lilian Calixto foi atendida depois de complicações do procedimento — “porque o hospital não permitiu que ele ficasse no local após a morte da paciente”. O G1 aguarda retorno do Copa D'Or sobre essa fala.

Apesar de ter convocado os jornalistas para dar esclarecimentos, Naiara Baldanza se negou a responder uma série de questionamentos e encerrou a entrevista após 14 minutos. Entre outras coisas, a advogada não falou:

sobre a acusação de que Dr. Bumbum fazia procedimentos em casa, e não num consultório;

sobre as complicações apresentadas pela bancária Lilian Calixto, de 46 anos, e a morte dela no domingo;

sobre a fuga de Denis Cesar Furtado após a morte da paciente, e o atual paradeiro do médico;

se ele pretende se entregar à polícia em Brasília ou no Rio de Janeiro;

sobre as denúncias de outras clientes e ex-colegas de trabalho do Dr. Bumbum, divulgadas desde o fim de semana.

Durante o pronunciamento, a advogada afirmou que o Dr. Bumbum "realizou mais de 5 mil procedimentos estéticos". "Existem muitas pessoas e, inclusive, clientes que o defendem. É importante que a população compreenda que para toda verdade, há uma verdade paralela."

Na terça (17), Naiara tinha dito ao G1 que "muitas das informações que estão circulando na internet e redes sociais acerca do médico são inverídicas".

Sem especialização

Para atuar como cirurgião plástico – como fazia o Dr. Bumbum –, a residência é obrigatória. São dois anos trabalhando como cirurgião geral e mais três anos fazendo apenas plástica.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dr. Bumbum não é especialista e realizava os procedimentos em local inadequado, como o que supostamente matou uma paciente em um cobertura no Rio de Janeiro.

Um ex-chefe de Furtado afirmou ao G1 que, apesar de se identificar como cirurgião plástico, ele se recusava a fazer residência ou qualquer outra especialização para exercer a medicina.

“Ele se formou no Rio, trabalhou como médico, mas sem nenhuma especialidade. Ou seja, só poderia trabalhar como médico generalista. Então ele só assessorava, fazia serviços burocráticos, distribuía documentos aqui e lá. Nunca teve contato com paciente”, continuou o antigo chefe.

Saiba como contratar uma plástica com segurança

Ao analisar a conduta do ex-funcionário, o profissional disse que não suspeitava que ele pudesse trabalhar de forma clandestina. Mas relembrou que ele sabia como “enganar as pessoas”.

“Não é preciso ter contato com a área para saber que ele é muito eloquente, sabe articular as palavras. Então, para ele, é fácil enrolar uma pessoa levando para um apartamento e fazer um procedimento, que é claramente todo errado.”

Denis Furtado é popular nas redes sociais, onde ele mesmo se fez conhecer pelo apelido de Dr. Bumbum. No Instagram, ele tem mais de 645 mil seguidores.

Histórico conturbado

O médico é alvo de um inquérito da Polícia Civil, motivado por pelo menos seis denúncias. Até esta quarta-feira (18), o Ministério Público informava que não tinha conhecimento de denúncia contra o médico à Justiça.

No entanto, o órgão disse que existe a possibilidade de ele já estar respondendo judicialmente em algum processo que esteja correndo em sigilo.

No Distrito Federal, Dr. Bumbum trabalhou em ao menos três lugares. Uma clínica mantida no Lago Sul, área nobre de Brasília, foi considerada clandestina pela Polícia Civil. Segundo pacientes, ele também atendia em uma clínica na Asa Norte.

Além disso, ele trabalhou no Hospital das Forças Armadas (HFA), onde exercia a função de oficial médico temporário. Durante o período, o HFA não abriu nenhum procedimento administrativo ou sindicância contra ele.

“O médico militar é observado pelo chefe da clínica e avaliado anualmente”, informou a assessoria de imprensa do centro de saúde. Ele saiu do HFA porque não quis prorrogar o tempo de trabalho na unidade.


EXTRA

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