Mais Notícias : Clima azedo entre verde-olivas
Enviado por alexandre em 16/02/2018 09:19:41

Clima azedo entre verde-olivas

Postado por Magno Martins

De Roraima à Lei da Anistia, clima azedo entre os verde-oliva

Helena Chagas – Blog Os Divergentes

O clima azedou nos meios militares nas últimas 48 horas. As autoridades do Exército não ficaram nada satisfeitas com a nova missão em Roraima – mais uma vez, fora das atribuições constitucionais das Forças Armadas, razão alegada também para que as tropas não permanecessem no Rio de Janeiro para cuidar da segurança. Mas elas ficaram. E agora a tensão aumentou ainda mais com o parecer da PGR Raquel Dodge pedindo que o STF retome a ação contra os acusados de matar o ex-deputado Rubens Paiva, numa rediscussão da Lei da Anistia.

Sobrou para o verde-oliva de novo – é a frase que circula nas conversas e mensagens de whattsup trocadas entre generais, comandantes e oficiais do Exército. Eles estão preocupados porque, embora tenham poder de polícia para combater o crime nas fronteiras, não possuem autoridade legal para tratar da questão migratória, incumbência que agora estão recebendo no estado de emergência decretado pelo presidente Michel Temer para lidar com a imigração em massa de venezuelanos para Roraima.

“Agora somos serviço de imigração e escritório de refugiados”, comenta um oficial de alta patente. Os militares não gostaram da entrevista de Temer ao lado da governadora Suely Campos e da prefeita Tereza Jucá, na viagem do presidente ao estado no início da semana, e não gostam de ver os interesses políticos de cada um misturados às ações em relação ao problema dos venezuelanos. E acham que, até o momento, outros órgãos federais falharam no atendimento e na ajuda ao estado, já que o problema não é apenas de segurança das fronteiras, mas sobretudo social.

Nesse clima, setores militares agora temem uma rediscussão da Lei da Anistia e de episódios relacionados à morte e tortura em instalações militares, que consideram superados pela anistia.

O maior risco para o governo e para as forças políticas do campo governista, neste início de ano eleitoral, é ver engrossar o apoio dos setores ligados aos militares à candidatura Jair Bolsonaro. Até pouco tempo atrás, Bolsonaro tinha o apoio dos jovens oficiais do Exército, mas a franca antipatia das altas patentes. Coronéis e generais não guardam boas lembranças de episódios de indisciplina do hoje deputado em seus tempos de caserna.

As insatisfações acumuladas nesses episódios, as seguidas investigações de corrupção envolvendo pessoas do governo e, sobretudo, a falta de uma alternativa – não apareceu nenhum outro candidato forte à direita – estariam mudando esse sentimento, segundo relato de quem transita nas Forças Armadas. Hoje Bolsonaro estaria ampliando seu eleitorado verde-oliva.



Candidatura de Huck envelheceu antes do parto



Josias de Souza

Bem-sucedido em sua atividade profissional, Luciano Huck descobriu enterrada dentro de si uma vocação irrefreável para a vida pública. Prenhe de boas intenções, foi seduzido pela ideia de colocá-las em prática. Ardendo no desejo de servir ao povo, lançou-se ao trabalho das consultas polítcas. Súbito, Huck descobriu-se numa posição parecida à de um apostador que acorda sobressaltado de um pesadelo no qual, depois de perder a Ferrari e o jatinho do BNDES na mesa de pôquer, dirige-se ao meio-fio entoando Angelica: “Vou de táxiiiiiiii…”

Caindo-lhe a ficha, Huck se deu conta de que estava prestes a entrar numa fria. À frente de movimentos apartidários de renovação política, doía-lhe a ideia de ter que ancorar seu projeto presidencial num partido tradicional. Liberal, achegou-se ao PPS, sucedâneo do velho e bom Partido Comunista. Em jantar com Fernando Henrique Cardoso, o animador de auditório recebeu uma aula de Realpolitik, o nome de fantasia para hipocrisia política.

Huck aprendeu com o grão-mestre do tucanato que, dissociado de uma vistosa coligação partidária, a carruagem do PPS viraria abóbora antes do melhor da festa. Sem reforço, o apresentador não seria eleito. Elegendo-se com sua própria popularidade, o Congresso não o deixaria governar. Se deixasse, cobraria caro. E o novato logo veria transformar-se em realidade o pesadelo de apostar a governabilidade de sua hipotética administração numa mesa com a presença do PMDB de raposas com a experiência de Temer, Padilha, Moreira e Jucá.

Com a noção de meios e fins já meio embaralhada no caldeirão que ardia no interior de sua cabeça, Huck ainda flertou com um partido que, salvo pequenos hiatos, frequenta o poder desde as caravelas: o DEM —ex-Arena, ex-PFL… Huck foi refugado como se fosse lata velha irreformável...

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia