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Enviado por alexandre em 17/01/2018 09:43:05

Próximo de Temer, vice da Caixa preocupa Planalto



Blog do Gerson Camarotti

Entre os quatro vice-presidentes da Caixa afastados do banco, um causa preocupação maior no Palácio do Planalto: Roberto Derziê Sant'Anna (foto). Isso porque é apontado como um nome muito próximo ao próprio presidente Michel Temer.

Derziê ascendeu para cargos de comando na Caixa por indicação do PMDB, ainda no governo Dilma Rousseff, informa o repórter Lucas Salomão, do G1. Na gestão petista, Derziê já tinha ocupado uma das vice-presidências da Caixa.

Mas, em abril de 2016, após o partido de Temer anunciar que deixaria a base aliada de Dilma, a ex-presidente decidiu exonerá-lo.

Antes, ele deixou a vice-presidência de Operações Corporativas do banco em 2015 para ser secretário-executivo de Temer na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Na ocasião, Temer havia assumido a coordenação política do governo Dilma.

Após o impeachment de Dilma, ele retornou à Caixa em dezembro de 2016 como vice-presidente de Governo do banco, onde permanece até hoje.

Reportagem do G1 informa que uma investigação independente conduzida por um escritório de advocacia encontrou indícios de que Derziê teria fornecido informações sobre operações em trâmite do banco ao presidente Temer e ao ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco e atendido a pedidos dos dois.



Vice da Caixa teria passado informações a Temer e Moreira



Apuração independente vê indícios de que vice da Caixa atendeu a pedidos e deu informações do banco a Temer e Moreira

Segundo investigação, foram encontrados documentos que poderiam indicar repasse a presidente e ministro de informações sobre operações do banco. Planalto disse que não irá comentar.

Por Marcelo Parreira e Lucas Salomão, TV Globo e G1, Brasília

Investigação independente conduzida por um escritório de advocacia encontrou indícios de que um dos vice-presidentes da Caixa, Roberto Derziê Sant'Anna, teria fornecido informações sobre operações em trâmite do banco ao presidente Michel Temer e ao ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco ou atendido a pedidos dos dois.

A apuração interna foi conduzida pelo escritório Pinheiro Neto, e foi remetido ao Comitê Independente da Caixa. O documento também foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF).

As informações contidas na investigação independente foram algumas das utilizadas para embasar o pedido de afastamento dos vice-presidentes da Caixa enviado pelo Banco Central à Secretaria do Tesouro Nacional e também de pedido semelhante enviado pelo MPF ao governo.

Sant'Anna é um dos quatro vices afastados temporariamente por Temer nesta terça-feira (16).

Procurado, o Palácio do Planalto informou que não irá comentar o caso. O G1 buscava contato com a Caixa até a última atualização desta reportagem.

Já o vice-presidente da Caixa Roberto Derziê Sant'Anna informou que não irá se manifestar.

No documento, os responsáveis pela investigação afirmam que Derziê Sant'Anna relatou que nunca presenciou irregularidades cometidas no banco. Mas relatam que encontraram documentos que podem "indicar, pelo menos, o atendimento de pedidos" por parte de Temer e Moreira.

"[Roberto Derziê Sant'Anna] afirmou que nunca presenciou a realização de irregularidades por Geddel Vieira Lima, por Moreira Franco ou por Fábio Cleto. Contudo, foram encontrados documentos que podem indicar, pelo menos, o atendimento de pedidos ou o fornecimento de informações de operações em trâmite na CEF, por parte de Roberto Derziê de Sant'Anna, a Moreira Franco e a Michel Temer", diz o relatório da investigação.

Em outro trecho do documento, há o relato do ex-servidor da Caixa Giovanni Alves, que disse que Derziê pediu informações sobre operações do banco para repassar a Moreira Franco.

"A Investigação Independente pôde atestar que a relação próxima entre membros da alta administração da CEF e os grupos políticos que lhes dão sustentação acarreta grave risco à CEF", diz o relatório.

'Cabeça branca'

Em outro trecho da auditoria interna, o escritório responsável pela investigação afirma que Derziê Sant'Anna deu versões diferentes à Corregedoria da Caixa e à investigação independente sobre um apelido encontrado em e-mails seus.

De acordo com a apuração independente, o vice-presidente da Caixa afirmou que o apelido "cabeça branca" se referia a Moreira Franco. Mas, segundo o documento, Sant'Anna havia negado à Corregedoria da Caixa que tal apelido se referia ao ministro.

"Ao contrário do que realizou em seu depoimento à Corregedoria da CEF, ao ser questionado acerca de e-mails mencionando "cabeça branca" e "CB", Roberto Derziê de Sant'Anna prontamente confirmou que se tratava de Moreira Franco, em uma postura bastante diferente da adotada quando do depoimento pela Corregedoria da CEF", diz o relatório.

Além disso, a investigação aponta uma relação de "proximidade" entre os dois e afirma que por vezes o vice-presidente da Caixa recebeu pedidos do ministro, inclusive sobre o fornecimento de informações acerca de operações em trâmite no banco.

Em outro trecho, Derziê Sant'Anna afirma que, apesar de não considerar o seu cargo como um cargo político ou do PMDB, ele conhece, além de Moreira Franco e de Michel Temer, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

Ainda segundo o vice da Caixa, desde a época em que era vice-presidente da República, Temer "percebeu sua utilidade em termos de gestão dos repasses nas emendas parlamentares".

"Segundo Roberto Derziê Sant'Anna, ele tem uma relação política personalizada, não partidária", diz o relatório.

Exonerado

Roberto Derziê Sant'Anna já havia atuado como vice-presidente da Caixa durante o governo Dilma Rousseff, indicado pelo PMDB.

Em abril de 2016, após o partido de Temer anunciar que deixaria a base aliada de Dilma, a ex-presidente decidiu exonerá-lo.

Funcionário de carreira da Caixa, ele deixou a vice-presidência de Operações Corporativas do banco em 2015 para ser secretário-executivo de Temer na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.

Após o impeachment de Dilma, ele retornou à Caixa em dezembro de 2016 como vice-presidente de Governo do banco, onde permanece até hoje.

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