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Enviado por alexandre em 07/12/2017 09:17:47

Diante de Temer, Moro executa show de humor

Postado por Magno Martins

Josias de Souza

Agraciado pela revista IstoÉ com o prêmio Brasileiro do Ano, Sergio Moro dividiu o palco com Michel Temer e outros personagens em litígio com a lei. O juiz da Lava Jato tinha duas alternativas: ou encarava o inusitado com um sentido de absurdo ou enxergava tudo sob a ótica do deboche. Preferiu encarar a situação como uma piada. Ao discursar, o juiz da Lava Jato revelou-se um humorista insuspeitado.

Moro falou sobre providências que precisam ser adotadas ou evitadas para combater a “corrupção sistêmica” que assola o país. Reiterou, por exemplo, a defesa da regra que abriu as portas das celas para os condenados na segunda instância. Injetou uma certa ponderabilidade cômica na cena ao pedir ajuda a Temer.

Com duas denúncias criminais no freezer, Temer terá de acertar contas com a Justiça depois que deixar a Presidência. Num instante em que seus aliados tramam aprovar um mecanismo qualquer que mantenha ex-presidentes a salvo de ordens de prisão de juízes como Moro, o comediante sugeriu a Temer que se enrole na bandeira da prisão em segundo grau:

''Mais do que uma questão de justiça, é questão de política de Estado”, disse Moro. Ele pediu a Temer que “utilize o seu poder” para influenciar o Supremo Tribunal Federal, de modo a desestimular a mudança da regra. “O governo federal tem um grande poder e grande influência. E pode utilizar isso. Se houver mudança, será um grave retrocesso.”

Um detalhe potencializou o teor humorístico do pedido que Moro dirigiu a Temer: o ministro Gilmar Mendes, amigo e conselheiro do presidente, é o maior defensor da política de celas vazias no Supremo.

Moro erra ao fazer “pedidos” a Temer e Meirelles



Juiz não deveria agir como ombudsman do Supremo

Blog do Kennedy

Numa democracia, é direito de todos emitir a sua opinião. No entanto, o juiz Sergio Moro abre a guarda para que seja questionada a sua imparcialidade quando faz “pedidos” ao presidente Michel Temer e ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Em evento ontem em São Paulo no qual era um dos homenageados, Moro solicitou a Temer que usasse sua influência para evitar que o Supremo Tribunal Federal mude o entendimento a respeito da prisão de condenados na segunda instância da Justiça. Só faltou dizer: “Fale com Gilmar Mendes e Dias Toffoli a respeito disso”.

Não faz sentido um juiz de primeira instância se comportar como ombudsman do STF. É o Supremo Tribunal Federal que toma decisões que guiam os julgamentos de outros magistrados.

O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba também pediu ao ministro da Fazenda que fosse mais generoso ao tratar do orçamento da Polícia Federal. Moro ainda criticou o loteamento de cargos na administração pública e recomendou o fim do foro privilegiado, inclusive para ele.

Ora, faltou opinar sobre os supersalários da cúpula dos servidores, o desrespeito ao teto constitucional, a farra do auxílio-moradia para magistrados e integrantes do Ministério Público e o regime de Previdência camarada das altas castas do funcionalismo.

Se quer agir assim, melhor entrar para a política ou virar comentarista em veículo de comunicação. É um erro um magistrado ter esse tipo de atuação. Trata-se de uma ação indevida para quem ocupa a posição de Moro.

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