Regionais : Crise no MT: PMs que 'vazaram' informações sigilosas também são presos; chega a seis número de coronéis encarcerados
Enviado por alexandre em 24/06/2017 00:41:20

PMs que 'vazaram' informações sigilosas também são presos; chega a seis número de coronéis encarcerados


PMs que 'vazaram' informações sigilosas também são presos; chega a seis número de coronéis encarcerados
Já chega a seis o número de militares de altas patentes presos em Mato Grosso em decorrência do escândalo envolvendo às investigações sobre os grampos no Estado. Na noite de hoje, 23, o então corregedor da Polícia Militar, coronel Alexander Mendes e o diretor de Inteligência da corporação, tenente-coronel Vitor Fortes também foram detidos.


Fortes e Mendes foram presos acusados de avisarem, na manhã de hoje, aos coronéis e também secretários de Estado Evandro Lesco (Casa Militar) e Airton Siqueira (titular de Justiça e Direitos Humanos) de que eles estavam na mira do Judiciário em razão da suposta participação em interceptações telefônicas.

Informados, os dois secretários solicitaram providências ao governador do Estado, Pedro Taques, que encaminhou informações ao judiciário e determinou a troca do comandante geral da PM, que receberá as atribuições oficialmente a partir da próxima segunda-feira. Foi anunciado para comandar a pasta o coronel Marcus Vieiras da Cunha. Como adjunto, o coronel Paulo Serbija.

Na tarde de hoje, após o vazamento das informações, o coronel Lesco foi preso por suposto envolvimento no esquema e nenhuma ordem de prisão foi emitida contra o coronel Siqueira.

Mendes e Fortes foram presos administrativamente por 30 dias. Encarregado do inquérito policial militar instaurado para apurar o esquema, o coronel Jorge Catarino Moraes, também solicitou à Justiça a prisão preventiva da dupla.

Nomes:

Estão presos os coronéis Evandro Lesco, o tenente-coronel Januário Batista, o coronel Ronelson Barros, além de Fortes e Mendes. O coronel Lesco foi levado para sede da Academia da PM no bairro Costa Verde, em Várzea Grande. Já o coronel Januário encontra-se no Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Ronelson na sede do 4º BPM, também em Várzea Grande.

Acusado de participação no esquema, o coronel Zaqueu Barbosa, também foi preso desde 23 de maio por determinação do magistrado Marcos Faleiros.

Entenda o caso:

A denúncia sobre o esquema foi veiculada pelo Fantástico no último dia 14 de maio. Reportagem veiculada apontou que coronéis, assessores empregaram de uma investigação sobre o crime de tráfico de drogas para garantir que médicos, políticos, advogados e empresários fossem ‘grampeados’.

O Governo do Estado de Mato Grosso se manifestou sobre o caso. Veja a íntegra da nota.

"Diante da confirmação dos mandados de prisão expedidos nesta sexta-feira (23.06) pelo desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça, o Governo do Estado de Mato Grosso vem a público esclarecer o que segue:

Que respeita a decisão judicial, mas ressalva que os coronéis PM Evandro Lesco e Ronelson Barros gozam da total confiança do Governo, e esclarece que, apesar da decretação das prisões, as investigações estão em fase inicial e não há, até onde seja do conhecimento do Governo, nenhum ato que desabone suas condutas de militares e agentes públicos honrados e probos.

Que diante das prisões preventivas do secretário e do secretário adjunto da Casa Militar, Lesco e Barros, respectivamente, o governador Pedro Taques determinou o afastamento provisório e não remunerado dos dois secretários, até que se esclareçam as investigações sobre ambos.

O governador anuncia a nomeação do Cel PM Wesley de Castro Sodré, atual Comandante Regional do CR 7 (Tangará da Serra e região) para responder interinamente pela Chefia da Casa Militar.

Quanto às prisões do Tenente Coronel Januário Antônio Edwiges Batista, atual Comandante do 4º Batalhão, em Várzea Grande, e do Cabo Torezan, cedido ao Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual, o Governo do Estado acompanhará as investigações sobre suas atuações.

O Governador Pedro Taques revela que, assim que tomou conhecimento de que dois oficiais militares do Alto Comando da PMMT (Cel Alexandre Mendes, Corregedor Geral da PMMT, e Victor Fortes, Diretor de Inteligência da PMMT) estiveram na Casa Militar na manhã desta sexta-feira para revelar a possibilidade de prisão de membros do Governo, inclusive recomendando que se “preparassem”, tomou a única medida que lhe competia, que foi a de comunicar o fato ao presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, uma vez que a atuação dos dois militares caracterizaria, em tese, crimes de violação de sigilo judicial e obstrução da Justiça, recomendando ao presidente do TJ, desembargador Rui Ramos, que tomasse as providências que julgasse apropriadas ao caso. Como autoridade pública e professor de Direito, o governador não poderia se omitir diante dos fatos supostamente ilegais trazidos ao seu conhecimento, sob pena de cometer o crime de prevaricação, pois não coaduna com vazamentos ilegais, em respeito às decisões judiciais. O governador também comunicou o fato ao secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, que já encaminhou a notícia do suposto crime ao Ministério Público da Auditoria Militar.

Por fim, o governador acredita na Justiça e nas instituições democráticas, reitera sua convicção de que a verdade prevalecerá, e que ao final das investigações os verdadeiros culpados serão identificados e punidos na forma da lei".

Cuiabá-MT, 23 de junho de 2017.

Secretário e mais três são presos suspeitos de participação em esquema de grampos


Secretário e mais três são presos suspeitos de participação em esquema de grampos
A Justiça determinou a prisão do secretário da Casa Militar, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, e seu adjunto, o tenente coronel Ronelson Jorge Barros além de mais dois militares. Todos são suspeitos de atuarem no esquema de grampos ilegais operados por policiais militares em Mato Grosso.


Eles deverão passar por audiência de custódia e posteriormente deverão ficar detidos em um batalhão especializado, como preconiza o estatuto da Polícia Militar. O destino dos presos deverá ser definido pelo juiz que comandar a audiência.

A informação sobre a prisão de Lesco vazou mais cedo, o que acabou provocando a troca do comando da PM. O corregedor-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, e o diretor da PM, tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, é que teriam vazado as informações.

Eles teriam “alertado” Lesco e Airton Benedito Siqueira Júnior, de Justiça e Direitos Humanos sobre um possível mandado de prisão contra eles. José Adolpho de Lima Avelino Vieira, da Casa Civil, também teria sido avisado da prisão de Lesco e Siqueira Júnior. No entanto, Benedito Siqueira não teve a prisão decretada.

O coronel Evandro Ferraz Lesco seria o responsável por adquirir os equipamentos que supostamente eram usados para grampear ilegalmente cidadãos comuns no Estado.

Seis prisões

Além das quatro prisões de hoje, seguem detidos o coronel da Polícia Militar (PM) Zaqueu Barbosa e o cabo Gerson Luiz Ferreira Golveia Júnior. Eles foram presos no último dia 23 de maio por decisão é do juiz da Vara de Crimes Militares, Marcos Faleiros sob o argumento de que soltos poderiam destruir provas.

Os grampos

Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite do dia 14 de maio, que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.

Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.

A decisão pela prisão, do juiz da Vara de Crimes Militares, Marcos Faleiros, salienta ainda que a interceptações clandestinas geram intraquilidade por violação dos princípios básicos.

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