Política : FRASE INFELIZ
Enviado por alexandre em 08/06/2017 19:01:55


Barroso pede desculpas por chamar Joaquim Barbosa de 'negro de 1ª linha'
Ministro fez comentário durante homenagem ao ex-presidente do STF

"Não há brancos ou negros de primeira linha, porque as pessoas são todas iguais em dignidade e direitos, sendo merecedoras do mesmo respeito e consideração", afirmou Barroso ao pedir desculpas (Foto: Nelson Jr./STF)

Bastante emocionado, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), se desculpou nesta quinta-feira por ter chamado o ex-ministro Joaquim Barbosa de "negro de primeira linha". Barroso fez o comentário ontem à noite durante um discurso em homenagem a Barbosa, que teve seu retrato incluído na galeria de ex-presidentes da Corte.

Barroso pediu a palavra logo no início da sessão do STF desta quinta-feira, que tem na pauta o julgamento de uma ação sobre cotas para negros nas vagas na administração pública federal. Segundo o ministro, a sua intenção era dizer que Barbosa se tornou "um acadêmico negro de primeira linha" para "celebrar uma pessoa que havia rompido o cerco da subalternidade chegando ao topo da vida acadêmica", mas se manifestou de "modo infeliz".

"Não há brancos ou negros de primeira linha, porque as pessoas são todas iguais em dignidade e direitos, sendo merecedoras do mesmo respeito e consideração. Eu, portanto, gostaria de pedir desculpas às pessoas a quem possa ter ofendido ou magoado com esta frase infeliz. Gostaria de pedir desculpas, sobretudo, se involuntária e inconscientemente tiver reforçado um estereótipo racista que passei a vida tentando combater e derrotar", disse o ministro com a voz embargada.

Ele disse ainda que foi aconselhado a não justificar a sua fala, pois desta forma daria mais visibilidade ao fato, mas considerou que a sua retratação seria uma "boa oportunidade para enfrentar o racismo à luz do dia, mesmo o que se esconde no nosso inconsciente". (AE)
STF considera legal a reserva de 20% de vagas em concursos para negros
Para 10 dos 11 ministros, lei de 2014 que criou a cota é válida


A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela legalidade da reserva de 20% das vagas de concursos públicos para candidatos negros. A cota nos concursos para órgãos públicos federais foi instituída por lei em 2014 e questionada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com o intuito de obter uma palavra final, evitando inúmeras contestações em instâncias inferiores.

A lei já tinha sido considerada válida pelos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Rosa Weber, mas o julgamento foi suspenso. Retomado nesta quinta, os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia também votaram pela legalidade.

O ministro Gilmar Mendes não votou devido à participação no julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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