Operação da PF descobre sofisticado esquema de troca de bilhetes dentro presídio federal em RO



A investigação teve início através de um bilhete picotado encontrado em uma marmita por Agentes Federais de Execução Penal na Penitenciária Federal de Rondônia.

Desde cedo da manhã desta quarta-feira (24) está sendo realizada aqui em Rondônia, Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, pela Polícia Federal a “Operação Epístolas”, cumprindo 22 mandados de prisão preventiva, 13 prisões temporárias, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares.

Essa operação é para acabar com a organização criminosa que movimentava de tráfico de drogas a lavagem de dinheiro, sob a liderança de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que conseguia controlar um forte esquema de dentro do presídio federal de Rondônia.

A investigação teve início através de um bilhete picotado encontrado em uma marmita por Agentes Federais de Execução Penal na Penitenciária Federal de Rondônia. Foi apurado que Fernandinho entregava seus recados a um detento da cela vizinha, e esse repassava para sua mulher quando ocorria as visitas íntimas.

Esse sistema se mostrou sofisticado quando os textos dos bilhetes eram digitados e enviados por e-mail e postados em uma “caixa postal morta” ou eram entregues pessoalmente por membros da organização, envolvendo familiares e advogados.

Isso explicaria que mesmo estando preso em regime fechado há mais de 16 anos, Fernandinho “Beira-Mar” mantém o controle do tráfico de drogas em comunidades do Rio de Janeiro e recebe repasses semanais em dinheiro.

Com a investigação foi descoberto que a lavagem de dinheiro das operações da organização criminosa era feita por meio de negócios constituídos em nome de outros membros com empresas de comércio entre casas noturnas, instalação de internet e TV e cabo e até mesmo Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

Consta das investigações que foram divulgadas hoje, que foram apreendidos aproximadamente 50 bilhetes redigidos e que não existem indícios de participação ou facilitação por parte dos agentes federais lotados no presídio federal de Porto Velho.

PRISÕES

De acordo com informações do Departamento da Polícia Federal, os presos preventivamente em outros Estados serão levados para o Estado de Rondônia, com a determinação da transferência imediata do líder e do comparsa responsável pela saída e entrada dos bilhetes para outra unidade do Sistema Penitenciário Federal.

Foram 10 parentes com a prisão pedida, que inclui: Alessandra da Costa, irmã e advogada do traficante, dita como sua conselheira. Ela foi presa em um condomínio de luxo no bairro Vinte e Cinco de Agosto, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Contra ela havia um mandado de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Além dela, foram presos os cinco filhos de “Beira Mar”: Taiuã Vinícius da Costa, Thuany Moraes da Costa, Luan Medeiros da Costa, Felipe Alexandre da Costa e Marcelo da Costa. A atual mulher do traficante, Jacqueline Alcântara de Moraes, que já estava presa no Mato Grosso do Sul e vai ser levada para Porto Velho ainda nesta quarta.

Outra importante prisão feita pela Polícia Federal, foi a do braço-direito de “Beira-Mar”, Felipe da Costa Lira, que ocorreu no Ceará.

NOME DA OPERAÇÃO

O termo Epístola é utilizado para denominar textos escritos de maneira coloquial em forma de carta, com objetivo, ou não, de serem enviados ou obter respostas dos destinatários.