Mais Notícias : Uma República de cabeça para baixo
Enviado por alexandre em 23/05/2017 08:38:33

Uma República de cabeça para baixo



Por Machado Freire

O que essas quadrilhas que assumiram o poder no Brasil (imaginem, através do voto popular) fizeram contra a maioria do nosso povo é algo digno de uma profunda reflexão. E de uma resposta moral à altura da dignidade humana ! Eles fomentaram as falcatruas da forma mais cavilosa e enganadora que se pode imaginar: engordavam o patrimônio das empresas ( só para citar duas,JBS e Odebrechet) e passavam a exigir muito dinheiro para se manter no poder através de campanhas eleitorais milionárias. Na base do "é dando que se recebe" e o "crime compensa".

Os conluios (mostrados nos áudios e vídios dos delatores) se espalhavam pelo Brasil afora e atingiam vários países, onde eram "montadas" empresas - sucursais e filiais, dos conglomerados com origem no Brasil. A JBS era um simples açougue e se agigantou de forma estratosférica, com representação em vários países, inclusive Estados Unidos, onde moram os bandidos mais organizados do mundo que não irão presos nem usarão tornozeleiras. Vão pagar , apenas, R$225 milhões !

Já a Odebrechet, transformou-se na maior construtora do país e passou a demandar contratos internacionais, inclusive em Cuba, republiqueta das mais pobres do mundo. Tava lá o dedo do governo Lula sob o falso argumento de uma generosidade mais do que questionável. E passou-se a construir obras e executar projetos importantes na África.

O dinheiro roubado do nosso País , fruto do trabalho de pais e mães de família, serviu para manter de pé os projetos de algumas dezenas de canalhas travestidos de homens e mulheres com representação no Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Prefeituras, etc.. Aqui no Nordeste, os pobres se convenceram de que "nunca vivemos tão bem, pois recebemos o Bolsa Família e conseguimos comprar uma moto a prestação...".

As falsas lideranças nacionais e regionais faziam questão de ser chamados de esquerdistas comprometidas com o futuro da nossa juventude, cuja maioria, hoje, nunca leu um livro e não sabe quem foi Raquel de Queiroz, Castro Alves, José Lins do Rego. Nem mesmo o pernambucano Gilberto Freyre. Muitos continuam fazendo o percurso de casa para a escola (e vice-versa) em paus de arara, enquanto organizações bandidas consomem as verbas carimbadas do transporte escolar. Hoje, a violência se estende Brasil afora e é incrementada pelas drogas colocam a morte dos jovens em primeiro lugar.

Foram mais de 13 anos -do inicio da administração (nós, conosco) de Lula, até o final do desgoverno de sua sucessora, Dilma e, finalmente, do período tumultuado de Michel Temer. É muito tempo para preparação, organização e manutenção de quadrilhas que envolveram, inclusive, setores ligados aos mais diversos segmentos, principalmente os chamados agentes públicos, que são pagos com o suor do rosto dos contribuintes. É muito difícil não termos um "núcleo" bandido fazendo negócios escusos nas repartições oficiais, da pequenininha prefeitura no interior do Piaui até o salão verde -azul, amarelo ... do Congresso Nacional, salas e gabinetes de ministérios e do Palácio do Planalto. Tem bandido em todo lugar!

Nem precisa dizer que ministros de estado, deputados, senadores e governadores simplesmente deixaram de considerar o compromisso constitucional, ético e moral de trabalhar em defesa da Nação e passaram a dilapidar, de forma vergonhosa , o patrimônio nacional: A empresa tal vai ganhar esse contrato, mas tem que deixar R$10 milhões para o deputado fulano de tal, R$20 milhões para o senador beltrano e R$5 milhões para governador do Rio de Janeiro, etc, etc.

Deve-se lembrar, a propósito, que o Brasil foi empurrado a sediar a Copa do Mundo. Tinha porque tinha que realizar o maior certame internacional de todos os tempos, para dizer aos países do primeiro mundo que este é o "país do futebol" e da modernidade, que levou de 7 a 1, foi humilhado e continua endividado e envergonhado perante o mundo. Se existe castigo, este fui um do tipo de "azar da cabrinha preta" !

Nesse período de "apagão moral e ético", aconteceu a maior roubalheira de todos os tempos, com o envolvimento de empresas, agentes públicos em vários estados, surrupiado o erário (o nosso dinheiro ) e muitas obras/projetos apelidadas de "Arena" passaram a ser subutilizadas, mais parecendo elefantes brancos. Deixaram despesas enormes para sua manutenção por parte dos governos estaduais, como é o caso da Arena Pernambuco.

Foram viabilizados muitos negócios imorais e atos praticados por bandidos travestidos de "homens públicos", deles que se encontram presos e outros que se valem das fortunas (é o caso dos donos da JBS, por exemplo) para fazer uma tal "delação premiada" onde apresentam em depoimento ao Ministério Público, políticos apontados como seus "achacadores". Os caras da JBS afirmam ter financiado campanhas de quase 2 mil políticos com um aporte de R$ 400 milhões, dinheiro que lhes garantiriam vantagens futuras avaliadas em alguns bilhões. Eles nasceram pobres e hoje são bilionários, "sem medo de ser felizes", graças a um BNDES e amizades com os poderosos que se tornaram gestores com o voto popular, a exemplo de Michel Temer, entre tantos outras figuras importantes da política nacional. Neste caso, o voto teve o efeito e consequências invertidas.

Para concluir "este vale de lágrimas", coloco abaixo o final de um belo artigo da lavra do ex-presidente da Câmara Municipal de Vereadores e da OAB de Arcoverde, Edilson Xavier publicado recentemene no Blogdomagno:

"Observem o que nos restará para o voto para presidente: uma evangélica fanática, como Marina Silva, um desajustado como Ciro Gomes, um riquinho de São Paulo, João Dória, e agora pelas pesquisas aquele sempre gostou de golpe militar, o Jair Bolsonaro. Pelo jeito, salve-se quem puder porque com a classe política que temos hoje o país permanecerá nesse imenso atoleiro moral."

* Jornalista

A Lava Jato e o ritmo da reforma da Previdência



* Por Adriano Oliveira

A Lava Jato é meritória. Ela dará a sua contribuição pedagógica para a política e o setor produtivo. A Lava Jato provoca crises. Os diversos eventos criados por ela revelam que as premissas apresentadas são verdadeiras. E em razão destas premissas, devo apontar saídas para o Brasil da Lava Jato.

Quando a Lava Jato revelou que na floresta existiam apenas maçãs vermelhas, muitos aplaudiram. Analistas diversos defendiam o império da Lei e o impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff. Neste instante, eu refletia sobre as consequências da Lava Jato para o futuro do Brasil.

Ao desvendar o sistema produtivo da política, a Lava Jato mostrou a necessidade da reforma política. Ao prender empresários e políticos, ela revelou que não só de pobres viverá a cadeia. Porém, a Lava Jato também produziu e produz crises política e econômica.

A diversidade de atores e agremiações partidárias envolvidas com supostas atos de corrupção enfraquece a Lava Jato. Um dia ela terá que findar. E quando isto ocorrer, alguém sugerirá que ela foi seletiva ou que foi vítima de um acordão. E o Brasil poderá estar em estados econômico e político desesperadores. Portanto, qual é a saída?

Pesquisas revelam que a maioria dos brasileiros é contrária a reforma da Previdência. Desde a era FHC, reformas da Previdência são propostas, e em nome da governabilidade, os presidentes não são ágeis na realização delas. Apesar da extrema necessidade da reforma da Previdência.

O combate à corrupção pública tem extrema necessidade, pois a Lava Jato sugere que todos os políticos estão envolvidos com algum ato ilícito. A cada delação premiada, mais atores, mais partidos. As crises não cessam. Então, indago: Caso a reforma da Previdência fosse realizada intensamente, de uma só vez, provocaria crises política e econômica?

Diante de tantos atores envolvidos com supostos atos ilícitos, a Lava Jato deveria ter o ritmo das reformas da Previdência? Se sim, o combate à corrupção pública continuaria a existir. Mas com precauções necessárias para que presidentes adquirissem condições de governabilidade com o objetivo de realizar as reformas que o Brasil precisa, inclusive a da Previdência. E com isto, superasse as crises política e econômica.

Doutor em Ciência Política

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