Mais Notícias : Dilma: ante escalada da crise, prega eleição direta
Enviado por alexandre em 22/05/2017 08:38:55

Dilma: ante escalada da crise, prega eleição direta



A ex-presidente Dilma Rousseff não externou revanchismo ou deleite ao assistir à deterioração da governabilidade de Michel Temer, homem que a sucedeu no Palácio do Planalto após o impeachment e a quem credita boa parte da responsabilidade pelo “golpe” que julga ter sofrido. Com quem conversou, Dilma, em tom grave, manifestou preocupação com a escalada da crise política no país. “Tudo isso é muito ruim”, disse a um interlocutor. “Olha o que eles fizeram com o Brasil.”

Dilma ficou especialmente assustada com os termos da conversa entre Temer e Joesley Batista, da JBS. Aliados contam que a petista se espantou com a tranquilidade com que o empresário narrou crimes diante do presidente.

Com o agravamento da crise política, Dilma decidiu suspender viagem que faria esta semana para a Inglaterra. Ela prega a convocação de eleições diretas. (Painel - Daniela Lima, FSP)

Decisão da OAB agrava situação política de Temer

Postado por Magno Martins

A decisão da OAB de pedir o impeachment de Temer agravou a situação política do presidente, admitem aliados. Advogado do peemedebista, Gustavo Guedes criticou a velocidade com que a entidade tomou a decisão.

“Foram três dias desde a revelação dos fatos, dois dias de formação da comissão, um dia para o relator elaborar seu voto e nenhum dia para a defesa do presidente”, disse Guedes.

Dividido, o PSDB vai aguardar alguns dias para decidir sobre possível desembarque do governo. Se deixar Temer, dirá que ele perdeu as condições de conduzir as reformas.

Interlocutores da JBS tentam rebater a versão de que os irmãos Batista estão se divertindo em Nova York após abrirem crise política no Brasil. Ressaltam que Wesley Batista não saiu do país desde a homologação da delação e que mantém expediente no escritório do grupo.

Quanto a Joesley, dizem que viajou para o exterior depois de receber ameaças diretas à sua família. O empresário passou três dias em Nova York, mas deixou a cidade há uma semana com filha, neto e outros parentes. (Painel - Folha de S.Paulo)

Bruno, o mais vacilante

O Governo Temer entra para a história como o que mais abriu espaços para Pernambuco. O Estado tem quatro ocupantes de cadeiras na Esplanada dos Ministérios: Educação, com Mendonça Filho; Defesa, entregue a Raul Jungmann; Minas e Energia, ao deputado Fernando Bezerra Coelho Filho; e, por fim, Cidades, comandado pelo tucano Bruno Araújo. Atuando hoje na política de São Paulo, Roberto Freire, que abandonou a Cultura na explosão da crise, poderia ser o quinto.

Como se comportam diante da maior crise da República dos últimos 30 anos? Embora já com sotaque e DNA paulista, Roberto Freire teve uma recaída de esquerdista e foi o primeiro a cair fora. Entregou o Ministério da Cultura antes mesmo de saber que diabos havia nos áudios gravados pelo moleque e pilantra do frigorífico JBS. O PPS de Roberto Freire sofre dificuldades de crescer porque não é imune a chiliques moralistas.

Antes de Roberto Freire jogar a toalha, o tucano Bruno Araújo se precipitou, não ouviu o PSDB e revelou que estava saindo no dia seguinte ao estouro da boiada. Voltou atrás, diferentemente de Freire. O que se diz em Brasília, entretanto, é que Araújo resolveu abandonar Temer, a quem vivia elogiando e servindo como ministro, porque é acusado pelo Ministério Público Federal. Seu inquérito, dentro da operação Lava-Jato, de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, já foi aceito.

Dois delatores da Odebrecht deixaram claro que lhe repassaram dinheiro de caixa dois, mas que não houve contrapartida. “Bruno deveria ser mais cuidadoso e menos ligeiro nessas matérias. Se pensa em abandonar o Governo contribui para a sua reputação, está cometendo um erro adicional. Isso vale, aliás, para o conjunto dos tucanos”, escreveu em seu blog o jornalista Reinaldo Azevedo.

Fernando Filho não se manifestou até o momento. Como está em Minas e Energia por indicação da corrente minoritária do PSB, liderada pelo seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, não depende da manifestação da executiva do seu partido, que em reunião, sábado passado, em Brasília, rompeu com o Governo. Na verdade, isso nem pode ser considerado um rompimento, porque 16 dos 30 deputados socialistas já vinham votando contra as reformas de Temer.

Por fim, restam Raul Jungmann e Mendonça Filho, que ocupam áreas poderosas e estratégicas do Governo. O primeiro, numa decisão corajosa e louvável, enfrentou o próprio partido, o PPS, mantendo-se no Governo. Deixar à deriva os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, num momento em que se especula até a possibilidade de um golpe militar, seria uma tremenda covardia.

Mendonça Filho, por sua vez, se manteve no Governo, mas calado. Até que saia a manifestação pública do seu partido, o DEM, que estava com encontro agendado ontem em Brasília, não abriu o bico. Foi visto despachando normalmente no seu gabinete e há noticias de que agiu com absoluta firmeza e lealdade a Temer, diferentemente de Freire e Bruno Araújo.

ORDEM É VOTAR – Em reunião, ontem, no Palácio da Alvorada com os principais aliados, presidentes de partidos e líderes, o presidente Temer pediu que o Congresso retome, amanhã, a votação das medidas econômicas que estão pendentes, antes do julgamento de quarta-feira no Supremo Tribunal Federal que vai analisar a perícia nos áudios da JBS. A ideia de Temer é dar uma resposta nas votações para mostrar que seu trunfo ainda existe em meio à crise política: fazer o Congresso andar. Temer pediu a Maia que vote o PLC da convalidação dos incentivos fiscais e as MPs do Refis e do INSS. Em outra ponta, Temer avalia como retaliar a JBS economicamente. O presidente discutiu o assunto com auxiliares.

Temer continua– Do marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, ontem, em artigo neste blog: “A saída de Collor tinha uma grande articulação para Itamar. A de Dilma também para Temer. E, agora, para quem ser Presidente? Falar em Carmem Lúcia ou Gilmar é a prova da ausência de quadros políticos para a sucessão e ainda assim, um grande desconhecimento da Constituição. Eles não podem ser candidatos. Falar em diretas remete a mesma questão: e a Constituição? Trabalhei na campanha das "Diretas Já", num palanque cheio de lideranças, artistas e a imprensa presente contra a ditadura, as ruas cheias de entusiasmo. Diversos nomes de peso para a disputa da Presidência: Ulisses, Brizola, Covas e não passou no Congresso. Imagine agora, com que liderança? Temer continuará na Presidência da República, aprovará as reformas. Os Tribunais tanto o eleitoral como o da justiça preservarão o Brasil”.

TSE seria a saída – Aliados já avaliam que a solução de julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral pode ser a mais rápida para a crise política instalada no País diante dos sinais de resistência do presidente Michel Temer em renunciar, depois da divulgação do conteúdo da delação premiada dos donos da JBS. A percepção entre lideranças de partidos que dão sustentação ao governo é que, depois do pronunciamento de sábado, Temer transmitiu todos os sinais de que pretende resistir no cargo. Mas há o reconhecimento de que a fala do presidente não estancou a sangria.

OAB surpreende – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse, ontem, que a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de protocolar na Câmara pedido de impeachment do presidente Michel Temer, diante da gravidade das delações da JBS, surpreendeu o Governo. “É algo que surpreende porque a OAB, tradicionalmente, é uma entidade que tem sido sustentáculo da institucionalidade e da legalidade no exercício do poder no Brasil”, afirmou. Na busca de um contraponto, o Palácio do Planalto também tenta arregimentar a adesão de outras entidades favoráveis à permanência do presidente. “Temos recebido muitos telefonemas de apoio de várias organizações da sociedade civil, especialmente empresariais”, acrescentou.

Em ação no Agreste– O mundo não acabou e a vida continua. Pensando assim, o deputado federal Zeca Cavalcanti (PTB) passou o fim de semana em articulações em suas bases políticas. Em Arcoverde, teve uma reunião com vereadores e agricultores sobre o perímetro irrigado de Itaparica, contando também com a participação da presidente da Codevasf, Kênia Marcelino, e o superintendente da 3ª Regional, Aurivalter Cordeiro. Em Garanhuns, esteve com a ex-candidata a prefeita de Terezinha, Nadir Ferro, e seu grupo político, quando acertou uma visita em breve ao município para uma reunião sobre as demandas mais urgentes do município.

CURTAS

EM PAULISTA– Enquanto o País atravessa uma profunda crise política, ética e financeira, em Paulista o prefeito Júnior Matuto (PSB) segue trabalhando normalmente e até entregando obras. Sábado passado, entregou as chaves de 196 apartamentos no Conjunto Habitacional Nossa Prata, em Maranguape II. “O País está parado, mas Paulista anda”, disse, em discurso para os familiares contemplados pelas habitações.

BRAGA SÁ– O procurador Braga Sá, embaixador de Caruaru no Recife, recebe mais uma justa homenagem: a medalha Eduardo Campos, em reconhecimento ao elevado espírito público prestado, através de apoios às causas da Defensoria Pública de Pernambuco. A solenidade está marcada para a próxima quinta-feira, às 19h30m, no Teatro Santa Isabel.

Perguntar não ofende: Teremos a semana mais quente de Brasília dos últimos anos?

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia