Política : PROPINA
Enviado por alexandre em 06/05/2017 21:57:48


DELAÇÃO-BOMBA: Fala de Duque a Moro foi só o começo

As provas que o ex-diretor da Petrobras pretende entregar à Justiça implodem o que restou da antiga cúpula do PT

Veja Online - Robson Bonin

O depoimento prestado pelo engenheiro Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, ao juiz Sergio Moro na última sexta-feira foi apenas uma demonstração do que o principal operador do PT no petrolão pretende entregar à Justiça, caso consiga assinar o acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato.

Renato Duque ingressou na Petrobras em janeiro de 2003, início do primeiro mandato de Lula. Saiu da companhia em meados de 2012, na metade do primeiro mandato de Dilma Rousseff.

Em quase uma década, encarnou o papel de um competente e discreto gestor de milionárias propinas para o PT.

Ao juiz Sergio Moro, Duque contou que o dinheiro sujo que jorrava dos contratos da Petrobras abasteceu as contas partidárias do PT e os bolsos de petistas coroados como José Dirceu, Antonio Palocci e o próprio Lula

Mas a lista de beneficiários é ainda maior, como atestam os documentos que o ex-diretor pretende entregar aos investigadores.

A edição de VEJA que chega às bancas neste fim de semana oferece um aperitivo das revelações de Renato Duque.

Encontros sigilosos no Palácio do Planalto, documentos, fotografias e registros de viagens fazem parte de um inventário da corrupção que está prestes a ser aberto.


Propina de Cabral: mãe, mulher, ex, filhos, irmãos, tia



O Globo - Marco Grillo e Miguel Caballero

Anotações apreendidas na casa do operador Luiz Carlos Bezerra indicam que o esquema de corrupção comandado por Sérgio Cabral (PMDB) abasteceu o ex-governador e outras dez pessoas do círculo familiar com R$ 7,3 milhões em propina, sempre em espécie, entre outubro de 2013 e outubro de 2016. Os papéis, que deram origem a um relatório detalhado da Polícia Federal (PF), mostram que o mecanismo funcionou até a antevéspera da prisão de Cabral e aliados: há o registro de um pagamento de R$ 40 mil para que a governanta da casa do ex-governador, no Leblon, pagasse despesas da residência em 15 de novembro, dois dias antes da deflagração da Operação Calicute.

Ao GLOBO, por e-mail, a mãe de Cabral, Magaly, afirmou que o filho “vez ou outra mandava algum recurso”. Ela disse que não saberia “precisar valores” e que não conhecia a origem dos recursos.

O material colhido mostra que Bezerra movimentou R$ 37,6 milhões entre 2013 e 2016. Os recursos ilícitos eram enviados também para funcionários de Cabral e de Adriana Ancelmo, responsáveis por pagar as contas da casa, faturas dos cartões de crédito e outras despesas.

Na quinta-feira, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, Bezerra confirmou que recolhia dinheiro de propina em empresas e transportava os valores, sob as ordens de Cabral. Os pagamentos foram direcionados para a mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo; a ex-mulher, Susana Neves; os três filhos do primeiro casamento — o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB), João Pedro e José Eduardo; a mãe, Magaly; os irmãos, Maurício e Cláudia; uma sobrinha, Maria; e Fanny Maia, tia de Adriana Ancelmo.

Todos eram identificados por codinomes, como “BD” (Cabral), “Covitch” (Maurício), “Susi” ou “Manoel” (Susana) e “Boys” ou “Kids” (os três filhos). O irmão de Cabral recebia remessas frequentes de R$ 15 mil e, durante a audiência, Bezerra explicou que se tratava de uma “mesada” paga pelo ex-governador. “Mas ele não trabalha?”, interrogou Bretas na ocasião. Também há pagamentos de R$ 20 mil para o filho João Pedro com a indicação de que seria uma mesada. Foram feitos 182 repasses ao grupo.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia