Justiça : O MEDO
Enviado por alexandre em 31/03/2017 09:34:27


Condenação de Cunha assombra os três poderes

Helena Chagas – Blog Os Divergentes

A condenação do ex-deputado Eduardo Cunha a 15 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro foi um duro choque de realidade em Brasília, nos três poderes e até na oposição.

No Congresso, disseminou o medo. Afinal, a lista de Janot, com seus inquéritos, está prestes a sair e pode incluir quase uma centena de parlamentares. Não há ainda no horizonte perspectivas de cassação de mandato para eles – afinal, eles se protegem – mas ninguém garante que, para aplacar a opinião pública, partidos e políticos poderão entregar algumas cabeças. Que, nesse caso, sem mandato, iriam diretamente para os braços de Moro.

No Planalto, a apreensão é de outra natureza. Condenado, Cunha tem menos chances ainda de obter um habeas corpus no STF ou no STJ. É previsível que sua ira e sua sede de vingança cheguem a um grau máximo, e o provável alvo de uma delação não é nenhuma novidade: Michel Temer e seus mais próximos aliados do PMDB.

Também no STF a rápida condenação de Cunha por Moro provoca certo desconforto. Afinal, serão inevitáveis as comparações e cobranças em relação às diferenças no tratamento dado aos políticos na primeira instância e na Corte suprema.

Todo mundo vai se lembrar que os amigos de Cunha citados na delação da Odebrecht sequer são ainda objeto de investigação, o que dirá denunciados e, mais ainda, condenados. A julgar pelo tempo que a lista de Janot, entregue há duas semanas, levou para chegar ao gabinete do relator Edson Facchin, é de supor que a condenação dos que virarem réus não sairá nesta década.

Os aliados do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, por sua vez, veem a rápida e dura condenação de Eduardo Cunha como um sinal amarelo. Entendem que um dos próximos poderá ser Lula. Moro vem se preparando meticulosamente para este momento, e não quis deixar pontas soltas como a de não condenar o notório Cunha antes do ex-presidente. Segundo essa avaliação, o juiz condenará o ex-presidente – nem tão rapidamente que pareça perseguição e nem tão devagar que lhe garanta uma campanha eleitoral sem essa dor-de-cabeça.

Advogados sobre delacão de Cunha: “Zero possibilidade”


Veja Online

Os advogados do ex-deputado Eduardo Cunha disseram nesta quinta-feira que é “zero a possibilidade” de o peemedebista fechar acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. A especulação em torno de uma eventual colaboração cresceu após o juiz federal Sergio Moro condená-lo a quinze anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

No despacho, Moro fez uma ampla da defesa dos acordos e rebateu os críticos da medida.

“Crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos”, escreveu. Esta foi a primeira ação contra Cunha que teve sentença no âmbito da Lava Jato.

Ele é réu em mais duas ações penais, uma que tramita no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro, e outra na Justiça Federal do Distrito Federal. Apesar da contundente negativa, é importante lembrar que a defesa de outros investigados, como do ex-senador Delcídio do Amaral, por exemplo, negou até o último minuto que ele pretendia negociar um acordo, o que no fim acabou acontecendo.

Corrupção: denunciados Perillo, Cachoeira e Cavendish



O Globo - André de Souza

O vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, denunciou o governador de Goiás, Marconi Perillo, pelo crime de corrupção passiva. A acusação diz que ele recebeu R$ 90 mil de propina da empresa Delta Construções para, em troca, beneficiá-la com contratos no estado. A defesa do governador nega irregularidades.

Também foram denunciados, por corrupção ativa, outras três pessoas: o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira; o empreiteiro Fernando Cavendish, da Delta; e Cláudio Dias ABreu, que era diretor da empresa no Centro-Oeste.

Segundo Bonifácio, Marconi recebeu propina para beneficiar a Delta em contratos do estado de Goiás entre 2011 e 2012. Marconi foi governador de 1999 a 2006. Entre 2007 e 2010, exerceu o mandato de senador, voltando a se eleger governador, cargo que assumiu novamente em 2011. Segundo o vice-procurador, os valores dos contratos da Delta em Goiás pularam de R$ 5 milhões para R$ 70 milhões após Marconi se tornar novamente governador.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia