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Enviado por alexandre em 18/01/2017 09:59:58

Tiros de chumbinho
Postado por Magno Martins

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

Escalar militares para inspecionar presídios equivale a enfrentar o crime organizado empunhando uma espingarda de chumbinho. É o que diz Walter Maierovitch, desembargador aposentado e ex-secretário nacional Antidrogas.

O professor assistiu com ceticismo ao anúncio feito nesta terça (17) pelo porta-voz do presidente Michel Temer. "Mais uma vez, estão fazendo uso político das Forças Armadas diante de uma situação de descontrole. Já vimos isso acontecer antes, nos governos Lula e FHC", critica.

Para Maierovitch, a medida não conterá a barbárie nas cadeias. Ele diverge da ideia de usar as tropas como força auxiliar das polícias estaduais, "que não conseguiram fazer nada para conter a crise". "Isso é populismo. O que o governo pretende, botar soldados de fuzil ao lado dos carcereiros?", questiona.

Especialista no estudo de máfias, o professor recebeu com igual descrença o Plano Nacional de Segurança Pública, anunciado pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Ele diz ter visto pouca substância e muita pirotecnia no pacote.

"O que o plano pode fazer diante de presídios superlotados de pequenos traficantes? Estão botando esparadrapo em fratura exposta. Parece que o ministro só está lá para fazer autopromoção", ironiza.

Na opinião de Maierovitch, o governo deveria encampar ideias mais ousadas, como descriminalizar o uso de drogas e reservar as cadeias para criminosos de alta periculosidade. Ele diz que os últimos presidentes não tiveram coragem de enfrentar o debate quando estavam no poder. "E parece que o Temer amarela a cada dia", acrescenta.

O professor também não se animou com as declarações da presidente do Supremo, Cármen Lúcia. "Tenho respeito pela ministra, que quer fazer um recenseamento dos presídios. Ótimo, mas o que isso vai adiantar? Quanto tempo vai demorar? As cadeias estão lotadas porque a Justiça não funciona", afirma.

Forças Armadas nos presídios: governo paga para ver
Postado por Magno Martins

O Planalto reconhece que há risco na ação das Forças Armadas nos presídios, mas prefere pagar para ver. O governo, sustenta um ministro, é de “ordem e progresso”. “Se não resolver isso, nada mais anda”, diz. Para o governo, uma das vantagens de os militares fazerem as revistas é a distância entre eles e os presos. Com agentes próximos, diz, a chance de conluio com os detentos é maior.

Secretário de Segurança Pública do governo FHC, José Vicente da Silva Filho diz que a ideia é uma “temeridade”. “As Forças não são preparadas para esse tipo de operação. A crise prisional pode virar política.”

Na frente internacional, o governo vai abrir postos avançados em países na rota do tráfico, como Cabo Verde, para aprimorar a atividade de inteligência.

No dia 31,o comando de Defesa, Justiça, Itamaraty e GSI (Segurança Institucional) farão reunião com autoridades colombianas sobre o tráfico internacional.

O governo identificou que uma das causas do conflito entre PCC e Família do Norte é a disputa pelo controle da rota dos centros produtores no Peru e na Colômbia aos mercados consumidores na África e na Europa. (Painel - Natuza Nery - FSP)

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