Do fim do mundo: delação Odebrecht avança no recesso Postado por Magno Martins
Folha de S.Paulo – Bela Megale e Letícia Casado
A delação premiada da Odebrecht vai avançar durante o recesso do STF (Supremo Tribunal Federal), que termina no fim de janeiro, com o início das audiências dos 77 delatores para confirmar que concordaram em colaborar com a Lava Jato. As reuniões estão previstas para ocorrer entre esta sexta (20) e o dia 27.
A delação da Odebrecht é uma das mais aguardadas da Lava Jato. São citados nomes do governo de Michel Temer, incluindo o próprio presidente, os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e o ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB), além de deputados e senadores.
Todos participarão desta etapa, incluindo o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 em Curitiba, e seu pai, Emílio, presidente do conselho administrativo.
O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, deve delegar a tarefa de ouvir os delatores a um dos dois juízes de seu gabinete que o auxiliam no caso: Márcio Schiefler Fontes ou Paulo Marcos de Farias. Um terceiro juiz, Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, também trabalha no gabinete do ministro.
Zavascki é o responsável pela homologação, ou seja, a validação dos acordos que mencionam pessoas com foro privilegiado. A expectativa é que isso ocorra em fevereiro.
Nova delação da Camargo deve levar Lava Jato a SP
O Estado de S.Paulo - Fabio Serapião, Beatriz Bulla e Fábio Fabrini
O recall da delação de executivos da empreiteira Camargo Corrêa deve levar a Operação Lava Jato a fazer uma devassa em contratos de obras municipais e estaduais em São Paulo. A necessidade de a construtora refazer seu acordo é um efeito colateral da delação de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, que mencionaram casos de corrupção em contratos de outras empresas e não foram citados anteriormente.
No caso da Camargo, fontes ligadas à negociação do recall consideram que a Lava Jato pretende resgatar suspeitas de corrupção apuradas pela Operação Castelo de Areia, de 2009, que havia identificado indícios de irregularidades em pelos menos 12 obras paulistas. A operação foi invalidada pela Justiça.
Relatórios da Castelo de Areia já apontavam indícios de pagamentos indevidos no Rodoanel, no túnel da Avenida Jornalista Roberto Marinho e na expansão do metrô. Havia suspeitas também em contratos com a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), de Campinas, e com a prefeitura de Jundiaí. Foram levantados indícios ainda em obras dos metrôs de Fortaleza, Salvador e Rio.
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