Justiça em Foco : Advogados da Odebrecht reclamam de tratamento na PGR durante negociação
Enviado por alexandre em 26/11/2016 02:04:18

Advogados da Odebrecht reclamam de tratamento na PGR durante negociação

Os advogados dos 77 funcionários da Odebrecht que negociam acordo de delação premiada na Operação Lava Jato reclamaram do tratamento dos procuradores da força-tarefa na quarta-feira (23), quando estava programada a assinatura do acordo de colaboração. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a maioria dos advogados eram de fora de Brasília e chegaram à sede da Procuradoria-Geral da República (PGR) no início da manhã. Eles foram encaminhados a um auditório no primeiro andar do prédio, onde ficaram durante horas até serem atendidos por um procurador. "Deixaram os advogados o dia todo lá e não tinha sequer um café para quem estava esperando", reclama um dos defensores, que preferiu o anonimato. De acordo com seu relato, um grupo de advogados, com fome, invadiu um evento que acontecia em uma sala ao lado, misturou-se entre os convidados e comeram pão de queijo do bufê.

Apesar dos procuradores terem determinado que os advogados levassem um pendrive contendo o depoimento e a documentação de cada réu, dois procuradores informaram, por volta do meio dia, que a orientação mudara: eles não deveriam mais entregar documentos digitalizados, mas em papel. Os advogados, então, saíram para fazer as impressões. A demora dos procuradores se deveu a um impasse em relação ao valor da multa que a Odebrecht terá que pagar no acordo de leniência da empresa e o prazo para fazer o pagamento.

Uma parte desse dinheiro ficará no Brasil e outra será encaminhada aos Estados Unidos – um representante do Departamento de Justiça dos EUA está em Brasília e participa das negociações. A negociação emperrou porque as autoridades americanas e brasileiras discordam em relação aos valores. Outro obstáculo é o feriado do dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (24), que não permitiria ao representante americano falar com seus superiores. Os advogados só foram atendidos por volta das 20h30. A empresa gastou cerca de R$ 300 mil com o transporte


Cerveró cita Geddel e Renan em depoimento a Sérgio Moro no processo contra Lula

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foram citados nesta quinta-feira (24) pelo ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, como participantes do esquema em que o PMDB do Senado teria passado a dar sustentação política a ele no cargo, em troca de propinas para as campanhas da sigla. O ex-dirigente da petroleira foi ouvido como testemunha de acusação no processo contra o ex-presidente Lula, em que o petista é acusado de corrupção e lavagem de R$ 3,7 milhões pagos pela empreiteira OAS, no caso do apartamento tríplex, do Guarujá (SP). De acordo com Fausto Macedo, do Estadão, Cerveró afirmou que foi indicado para o cargo pelo ex-governador de Mato Grosso do Sul, Zéca do PT, que tinha proximidade com o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido). “Delcídio tinha trânsito muito grande, ele tinha sido do PSDB. Inclusive, quem indicou ele para a Petrobrás, em 1999, foi o PMDB, foi o pessoal do Geddel, o Jader Barbalho. E esse pessoal orientou o ministro Sillas (Rondeau, Minas e Energia), que fazia parte do grupo, a que me procurasse”, contou Cerveró, ao relatar como entrou na Petrobrás. Ainda segundo o delator, o apoio do PMDB veio após o episódio do mensalão, quando Delcídio, seu padrinho direto, teria perdido forças no governo. “Com a ocorrência do mensalão, o PMDB, na figura do ministro Sillas Rondeau, que era ministro do PMDB, que entrou em substituição a ministra Dilma, que foi para a Casa Civil, ele me chamou e disse que o PMDB do Senado, porque havia essa divisão, passaria a também me apoiar, então eu acertei com ele. Foi quando eu conheci o Renan Calheiros”, contou. “Não houve uma mudança (de apoio político), houve uma repartição, uma divisão. E aí, por conta disso, eu tive que atender, esse compromisso é uma via de duas mãos. Eu receberia o apoio, já que o apoio do PT, especificamente o Delcídio, estava desgastado, do PMDB do Senado, que era o grupo político mais forte do País, na época, e evidentemente eu teria que atender”, relatou.

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