Brasil : Jornalismo de luto
Enviado por alexandre em 10/03/2011 11:04:47



Corpo do jornalista Paulo Queiroz será velado na Unir-Centro

O corpo do jornalista Paulo Queiroz passou à noite no Instituto Médico Legal , para necropsia. Tão logo seja liberado, por volta das 10 horas desta quinta-feira, será levado para a Funerária Dom Bosco, mas, após os procedimentos de rotina nesses casos, o velório será realizado na Unir (centro) - Universidade Federal de Rondônia. O corpo será sepultado no Cemitério Jardim da Saudade em horário ainda não definido. As informações são da mulher de Paulo Queiroz, Railda de Souza Lima. Paulo Queiroz era funcionário aposentado da Unir e também acadêmico do Curso de Filosofia.

O jornalista Paulo Queiroz Bezerra, colunista do jornal O Estadão do Norte e do site TUDORONDONIA, foi encontrado morto nesta quarta-feira na sede do site Rondoniasim, localizada numa sala na avenida 7 de Setembro com Campos Sales, no centro de POrto Velho. Não se sabe exatamente o dia nem a causa da morte de Paulo Queiroz. A família do jornalista só encontrou o corpo na tarde desta quarta. A última vez que Paulo Queiroz foi visto com vida foi na última segunda-feira.

Parentes do jornalista contaram com a ajuda de um chaveiro para abrir a porta do site Rondoniasim, do qual Paulo Queiroz era proprietário.

Na noite desta quarta o Instituto Médico Legal removeu o corpo, que foi encontrado no piso da sede do site de notícias.

O paraibano Paulo Queiroz, que faria 63 anos no próximo dia 15, tinha mais de três décadas de profissão. Em Rondônia, trabalhou nos principais jornais impressos. Era autor da prestigiada coluna Política em Três Tempos. Foi secretário -adjunto de Comunicação do Governo Raupp, assessor de imprensa da Universidade Federal de Rondônia e presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Rondõnia. Recentemente havia retornado ao Estadão do Norte.

Luto na imprensa
Nota de Pesar – Senador Valdir Raupp e deputada Marinha Raupp
Lamentamos profundamente o falecimento do jornalista Paulo Queiroz ocorrido, em Porto Velho. A sua morte entristece a todos nós e deixa uma lacuna impreenchível na imprensa rondoniense.
Paulo teve uma trajetória profissional exemplar e ocupou várias funções na imprensa local, tendo sido, inclusive secretário-adjunto de Comunicação do estado durante o meu governo. Na campanha eleitoral de 2010 foi o nosso coordenador de Comunicação.

Inteligente e hábil na produção jornalística, Paulo dignificou a imprensa rondoniense e do país, além de ter construído um grande rol de amigos, desde que chegou a Porto Velho oriundo do estado da Paraíba.
Ainda, surpresos e comovidos com o seu súbito falecimento, transmitimos à família enlutada, as nossas condolências e rogamos a Deus para que o nosso querido Paulo descanse em paz.

Senador Valdir Raupp

Deputada Federal Marinha Raupp


Homenagem
Paulo Queiroz e os elogios desacompanhados
“Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz".
Machado de Assis
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Por Sandra Santos

Estou, a exemplo de todos, chocada. Mas enquanto leio a noticia da morte do Paulo Queiroz, milhões de pensamentos invadem a minha mente e passo a me sentir arrasada, destruída e egoísta. Egoísta ao extremo.
Não consigo conceber a idéia de Paulo Queiroz ter desistido. Embora as evidências indiquem.


Paulo há pouco tempo, foi criticado demasiadamente por expor sua situação financeira. Por expor seu desespero. Ninguém viu. Ninguém reparou que ali estava um homem com seu orgulho destruído, seu amor próprio no chão.
Chamamos tantas pessoas de amigos. Que amigo é este que é amigo de copo, de farra, de rega bofes.


O que faltou ao Paulo foi um amigo. Faltou ver seu valor reconhecido. Seu trabalho ser decentemente remunerado. Elogios não pagam contas. Faltou principalmente, quem lhe acenasse, de verdade, especialmente na hora do desespero. Ninguém se expõe daquela forma sem estar se sentindo na mais profunda angústia. Foi um ato de desespero. De renúncia a qualquer orgulho. Foi um pedido de socorro. Um pedido de afeto. E nós, ficamos ali, olhando tudo, indiferentes. Do alto da nossa fria e desolada torre, como diria Vinicius.


Quando olhamos nossa vida e não conseguimos ver futuro, vem o sentimento de abandono. Deste sentimento, vem a tristeza infinita. Ela vem, não sei onde e não vai embora. E não adianta dizer que falta Deus na sua vida. Porque é à Ele que nos agarramos implorando por uma força que não conseguimos mais ter. Então, vamos caindo no mais completo abismo da solidão e da angústia. E o pior: do sentimento de total abandono.
Não vemos futuro e o passado já começa parecer apenas uma sequência de erros.


Os tantos “amigos“ se vão. O telefone não toca mais. Ninguém gosta de gente com cara de derrotado, com tristeza no olhar, que não tenha uma grande piada para contar. Sabendo que não se é mais uma boa companhia, começa a fase do auto isolamento.


A depressão é cruel. Ela te mata aos poucos. Silenciosamente para os outros. E com muito barulho para quem a sente.


Somos tão egoístas que não conseguimos parar um instante sequer para reparar que aquele amigo, outrora alegre, vivaz, altivo, já não é mais o mesmo. Ao invés de procurar a pessoa para saber o que está acontecendo, nos afastamos. Ocupados demais com os nossos próprios problemas e, pra falar a verdade, sem paciência com aquele chato que, agora, só sabe reclamar.


Que tipo de amigo nos tornamos. Que tipo de pessoas nos tornamos. Temos milhares de formas de comunicação, hoje em dia, e cada vez mais, nos comunicamos menos. Cada vez mais nos preocupamos menos com aqueles a quem chamamos de amigo.


Qual foi a ultima vez que você procurou aquele seu amigo que ultimamente anda tão chato, rabugento, mal humorado e péssima companhia? Pode ser que você não tenha mais tempo nem paciência para uma pessoa que mudou tanto. Experimente convidá-lo para um café, um chopp. Pois, ao nos tornamos insuportáveis para nós mesmos, é justamente, quando mais precisamos de um abraço. Daquele olhar de cumplicidade. Daquela conversa sem palavras, que lhe diz tudo o que você queria ouvir, lhe transmitindo a segurança de não estar só.


Eu também, nos últimos dias, não liguei para o Paulo, para perguntar apenas como ele estava ou convidá-lo para um café. Nunca me senti tão egoísta, em toda minha vida, como estou me sentindo hoje. E a exemplo do Paulo, hoje, eu venho me expor, para lamentar a ligação que não fiz, o “só liguei pra saber se você esta bem“. Hoje, eu quero apenas dizer, demasiadamente tarde, que todas as suas palavras, que todos os seus elogios a mim, sempre me fizeram muito bem e muitas vezes chegaram na hora que eu me sentia tão frágil, da mesma forma como você se sentiu ao se expor de uma maneira tão corajosa e ao mesmo tempo desesperada. Tão humilde e tão pouco compreendida.


Luto na imprensa
Adeus ao jornalista Paulo Queiroz, o grande responsável pela organização sindical dos jornalistas rondonienses
Os familiares, amigos e a imprensa rondoniense rondoniense estão de luto. A morte física do jornalista Paulo Queiroz, deixa uma lacuna insubstituível na categoria dos profissionais de imprensa. PQ ou Paulo Queiroz como era conhecido em nosso meio, foi verdadeiramente o grande baluarte pela organização sindical dos jornalistas, e seu trabalho será eternamente reconhecido, principalmente pela “velha guarda”, os veteranos de hoje, que conheceram ainda jovens o aguerrido colega, vindo lá do Nordeste.

A experiência e a liderança de Paulo Queiroz foram fundamentais na organização da então Associação dos Jornalistas e posteriormente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Rondônia. Reportarmos-nos as décadas de 70 e 80. Foi uma verdadeira batalha, em alguns momentos incompreendidos, enfrentando até mesmo a oposição do bem, naqueles tempos de ditadura militar. Eram épocas sem piso salarial, sem veículo para se locomover, sem internet, e convivendo com a forte pressão governamental.

O colega Paulo Queiroz teve uma atuação marcante como presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Rondônia - Sinjor. Sua ação foi determinante para a primeira regularização profissional de antigos jornalistas, que exerciam a profissão em Rondônia, de forma irregular. Após muitas audiências, processos e relatórios um grupo de veteranos (dentre estes eu), obteve finalmente o registro profissional, equivalente ao diploma do curso superior de jornalismo.

Mesmo quando deixou a presidência do Sinjor, Paulo Quiroz sempre foi aquele companheiro acionado para intermediar as controvérsias, atuando como conselheiro, e jamais abandonou a militância sindical. Este exemplo de companheirismo e abnegação teve por onde passou, quer no serviço público ou na área privada através dos jornais.

“Bom de copo”, amante da leitura, crítico contundente, assessor de personalidades e autoridades, agitador cultural, e mesmo na idade avançada ainda trilhava os caminhos acadêmicos como aluno do curso de filosofia da Unir, este era o Paulo Queiroz. Mesmo sem procuração, posso ousar em declarar em nome de todos os demais veteranos da imprensa, nosso sincero reconhecimento e nosso pesar aos familiares e amigos do grande colega Paulo Queiroz Bezerra.

Autor: Paulo Ayres – Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos, Professor, Jornalista, Radialista, e Técnico Legislativo. Contatos: celular 8116-9750 e email – pauloayres_jornalista@hotmail.com

Fonte: Paulo Ayres

Autor: Paulo Ayres

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