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Enviado por alexandre em 26/08/2016 08:54:53

Julgamento: 1º dia tenso e conturbado diz Renan

Postado por Magno Martins

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), concede entrevista no plenário (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Presidente do Senado disse que ainda não decidiu se votará no processo.
Ele pediu 'objetividade' aos colegas e criticou 'confronto político' no plenário.

Mateus Rodrigues - Do G1 DF

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (25) que ainda não decidiu se votará no julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment. Ele classificou o processo como "longo, enfadonho e cansativo", e o primeiro dia de plenário como "conturbado".

"O regimento resolve essa questão. O presidente só vota quando há empate. No caso de julgamento, ele faculta ao presidente votar. Eu ainda não decidi, estou em processo de decisão. Sou presidente do Senado, é prudente me conduzir com isenção, equilíbrio e responsabilidade. Mesmo se eu já tivesse me decidido, e ainda não fiz, não seria prudente eu me antecipar", declarou no plenário a jornalistas.

Na avaliação de Renan, o início do julgamento e o depoimento das duas testemunhas de acusação foram marcados pela disputa política entre senadores favoráveis e contrários ao impeachment. A sessão é conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal(STF), Ricardo Lewandowski, mas Renan acompanha o processo na Mesa Diretora.

"Meramente transformar a sessão de julgamento em confronto político pouco acrescentará ao processo. Era fundamental mais objetividade, tanto de quem vai perguntar quanto de quem vai responder. Os senadores terão um dia todo para debater, cada um falará por até dez minutos", disse.

"O primeiro dia sempre é mais tenso, conturbado, as partes conflitam mais nos pontos de vista", continuou o peemedebista.

O presidente do Senado evitou fazer estimativas sobre a extensão do julgamento – se vai avançar pelo fim de semana ou ultrapassar a terça-feira (30), por exemplo. Segundo ele, os procedimentos podem ser abreviados pelo cansaço dos parlamentares e pelo desgaste gerado por toda a tramitação do impeachment.

"A tendência é que aconteça o que está havendo nesse segundo depoimento, que as pessoas desistam [de interrogar] durante a sessão. Esse processo é longo, enfadonho, desgastante, agravou a crise econômica. Estamos há nove meses desde que começou na Câmara, estamos cansados", disse.

No fim do primeiro dia, 14 senadores que estavam inscritos para questionar a segunda testemunha de acusação, o auditor de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) Antônio Carlos Costa D'Ávila, retiraram os nomes da lista. De 24 inscritos, apenas 10 senadores chegaram a usar a palavra. A sessão tinha previsão para durar até as 2h de sexta, e retomada às 9h.

'Hospício'
Pela manhã, houve bate-boca após uma declaração da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que disse que o Senado não teria "moral" para julgar a presidente Dilma. Ao comentar o episódio, Renan usou a palavra "hospício" para caracterizar a impressão passada à sociedade.

"Eu brinquei com o ministro Lewandowski, eu acho que temos nos esforçar no sentido de facilitar a missão constitucional dele. Em meio a essa confusão toda, a ideia que pode passar para a sociedade é que ele estaria presidindo um hospício, onde as pessoas se xingam, se agridem. Nós temos que facilitar a missão do presidente do Supremo", relatou o presidente do Senado.

Nem as aparências

Postado por Magno Martins

Discussão entre senadores na sessão do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

O ministro Ricardo Lewandowski abriu o julgamento do impeachment com uma advertência. Os senadores deveriam atuar como "verdadeiros juízes", deixando de lado "opções ideológicas, preferências políticas e inclinações pessoais". Caberia a cada um "atuar com a máxima isenção e objetividade, considerando apenas os fatos".

"Espera-se do juiz que utilize uma linguagem escorreita, polida, respeitosa", prosseguiu o presidente do Supremo Tribunal Federal. Todos deveriam se expressar de "forma cortês", observando a "imparcialidade", a "honra" e o "decoro".

Se alguém acreditou no roteiro civilizado, a ilusão durou pouco. Antes do meio-dia, os senadores já trocavam insultos em cadeia nacional. O tumulto começou quando a petista Gleisi Hoffmann disse que ninguém ali teria moral para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff.

"Não sou assaltante de aposentado", gritou o líder do DEM, Ronaldo Caiado. "Você é de trabalhador escravo", devolveu Gleisi. O petista Lindbergh Farias tomou as dores da aliada. "Você é canalha", bradou, apontando o dedo para o ruralista.

O nível da discussão baixaria ainda mais. Exaltados, os senadores passaram a se acusar de ligação com o jogo do bicho e até de uso de drogas. Lewandowski precisou interromper a sessão para evitar que Lindbergh e Caiado se engalfinhassem em plenário.

Quando os ânimos se acalmaram, o ministro tentou retomar a ordem. Seguindo as regras dos tribunais, ele declarou suspeita a principal testemunha da acusação, um procurador que havia participado de ato contra Dilma. A ala pró-impeachment deve pedir o mesmo tratamento a uma testemunha da defesa que foi convidada para trabalhar num gabinete do PT.

O primeiro dia confirmou o que já se esperava: o julgamento do Senado será uma rinha política, com os dois lados atuando como torcidas organizadas. Apesar dos apelos de Lewandowski, ninguém parece preocupado em manter as aparências.


Segunda-feira: Dilma vai ao diálogo, diz ex-ministro

Postado por Magno Martins

O Globo - Simone Iglesias

O ex-ministro Miguel Rossetto, que tem acompanhado diariamente a presidente afastada, Dilma Rousseff, disse que o tom de sua defesa, na próxima segunda-feira, será de se abrir ao diálogo com os senadores.

Segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegará a Brasília domingo, deverá estar com ela no Congresso. Há dúvida se o ex-presidente acompanhará a fala de Dilma da Liderança do PT no Senado, da Sala de Audiências, reservada à presidente afastada; ou do plenário.

Rossetto afirmou que Dilma acredita na reversão do quadro atual, desfavorável a sua manutenção no cargo.

— Dilma vem para o diálogo. Vai fazer uma fala política, vai reafirmar seu compromisso com a democracia — disse o ex-ministro.

Segundo Rossetto, a presidente afastada chegará ao Congresso acompanhada de ex-ministros do PT e do PCdoB e de Lula. Além dele, comparecerão ao Senado Jaques Wagner, Aloisio Mercadante, Ricardo Berzoini, Aldo Rebelo, entre outros.

O ex-ministro disse considerar um erro a decisão da Executiva Nacional do PT, que rejeitou apoiar um plebiscito por novas eleições, bandeira assumida por Dilma, caso não seja impedida de exercer a Presidência.

Além de Lula, Dilma levará 35 pessoas ao Senado

Postado por Magno Martins

Lista é composta principalmente por ex-ministros do governo da petista

iG Minas Gerais | AGÊNCIA ESTADO

Além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma comitiva de cerca de 35 pessoas deve acompanhar a presidente Dilma Rousseff na segunda-feira, 29, quando ela virá ao Senado apresentar a sua defesa no processo de impeachment.

A lista é composta principalmente por ex-ministros do governo da petista, como Jaques Wagner, Aloizio Mercadante, Ricardo Berzoini, Miguel Rossetto, Patrus Ananias, Aldo Rebelo, Izabela Teixeira e Eleonora Menicucci.

Nesta quinta-feira, 25, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que Lula estava disposto a acompanhar o depoimento da afilhada política. O ex-presidente consta na lista dos nomes enviada para o Senado.

A equipe de Dilma pediu uma sala reservada, para ela poder se reunir com seus aliados e se preparar para a audiência. Auxiliares do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmaram que uma sala ao lado do gabinete do peemedebista está sendo preparada para receber a presidente afastada.

Dilma deve permanecer na sala antes do início da sessão, previsto para as 9h. O Senado vai providenciar um café da manhã, com pães, sucos e água de coco. Também será servido um almoço, caso o depoimento dela se estenda até mais tarde.

A petista terá 30 minutos para fazer uma exposição inicial e depois poderá ser interrogada pelos 81 senadores. Cada um terá cinco minutos para fazer perguntas, mas não há limite de tempo para as respostas da presidente afastada.

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