Regionais : Dilma autorizada a usar aviões da FAB, mas pagando
Enviado por alexandre em 25/06/2016 15:50:01

Dilma autorizada a usar aviões da FAB, mas pagando



Decisão liminar é da juíza federal Daniela Cristina de Oliveira Pertile e atende pedido da presidente afastada para voar fora do trecho Porto Alegre/Brasília

Estado de S.Paulo - Chico Guevara

A Justiça Federal autorizou Dilma Rousseff a utilizar novamente aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) fora do trecho Porto Alegre/Brasília. A decisão é da 6ª Vara Federal de Porto Alegre e atende um pedido da presidente afastada. No dia 2 de junho, um parecer elaborado pela sub-chefia de assuntos jurídicos da Casa Civil restringiu o uso das aeronaves pela petista apenas da capital federal à gaúcha, onde possui residência. Cabe recuso da decisão.

Segundo a liminar da juíza Daniela Cristina de Oliveira Pertile, publicada nessa quinta-feira, 23, Dilma precisará, no entanto, ressarcir os custos. A decisão garante também o mesmo direito aos assessores da presidente afastada e a manutenção da estrutura do seu gabinete pessoal.

Dilma havia ingressado com uma ação contra a União como intuito de manter a determinação feita pelo Senado no momento de seu afastamento em decorrência da instauração do processo de crime de responsabilidade. Ela alegou que o ato não implicava a limitação de algumas garantias próprias do cargo de Presidente. Em sua argumentação, a Presidente alegou a a incompetência do Executivo para rever ou limitar um ato do Senado.

O tostão e o bilhão



Às voltas com a prisão do marido, Paulo Bernardo, a senadora Gleisi, que também está denunciada na Lava-Jato, não deverá se dedicar tanto à defesa de Dilma

Luiz Antonio Novaes - O Globo

Num plenário vazio para uma quartafeira, o procurador Dallagnol, da LavaJato, apelou aos poucos deputados presentes que aprovassem o pacote do MP anticorrupção, na Câmara há meses. E citou uma estimativa astronômica, não dele, mas da ONU: o Brasil perde com desvios e fraudes R$ 200 bilhões anuais.

“A corrupção é uma serial killer que se disfarça de buracos de estrada, falta de medicamentos, crimes de ruas e pobreza”. No dia seguinte, ouvimos, no sotaque paulista da Operação Custo Brasil, que ela também se traveste de taxas irrisórias de R$1,25, retiradas pelo pró- prio governo dos contracheques de centenas de milhares de servidores e aposentados.

Segundo a denúncia, a partir do Planejamento, R$100 milhões foram desviados de empréstimos consignados, entre 2009 e 2015, para integrantes do esquema e para o PT. Se confirmado, o “escândalo do tostão”, que levou à primeira prisão de um ex-ministro de Dilma, Paulo Bernardo, terá, pela vilania de furtar trabalhadores endividados, efeito ainda mais devastador para o PT do que os bilhões roubados, via empreiteiras, da Petrobras.

A impactante Custo Brasil, que prendeu ainda um secretário de Haddad e outro ex-tesoureiro petista, além de atingir o ex-ministro Gabas, é o filhote de Curitiba que nasceu em São Paulo recolocando no foco o PT. Na terça-feira, a Operação Turbulência sacudiu Recife e o PSB de Eduardo Campos, herdado por Marina Silva na campanha de 2014.

Nas semanas anteriores quem esteve no olho do furacão foi PMDB, com a delação de Sérgio Machado, sob coordenação de Brasília. O modelo consagrado no Paraná, de atuação conjunta da forçatarefa PF-MP-Justiça, se espraia para os demais estados. No Senado, a comissão do impeachment continua em sua modorra: até um assistente de Eduardo Cardozo não resistiu e cochilou.

Às voltas com a prisão do marido, Paulo Bernardo, a senadora Gleisi, que também está denunciada na Lava-Jato, não deverá se dedicar tanto à defesa de Dilma. Esperando a retomada das ações contra Lula, o que Moro fez somente ontem à noite, o PT foi pego de surpresa e pouco reagiu ao novo escândalo — que abate sem dúvida a moral da tropa dilmista.

De moral baixa também anda Eduardo Cunha, que virou réu pela segunda vez no STF, agora pelos milhões escondidos na Suíça, e segue para o cadafalso da cassação ou da prisão.



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