Regionais : Lula quer nova eleição se Dilma retomar cargo
Enviado por alexandre em 26/05/2016 17:30:02

Lula quer nova eleição se Dilma retomar cargo



Estadão

Esperançoso de que Dilma Rousseff possa retomar o mandato no rastro das crises que atingiram o governo Temer, o PT traçou um roteiro de sobrevivência no poder. O ex-presidente Lula defendeu em reunião com senadores do partido que, se reassumir o mandato, Dilma deve pedir um plebiscito para antecipar as eleições presidenciais.

Raciocina que Dilma não terá força política para concluir o governo e isso inviabilizaria o partido numa disputa só em 2018. Ontem, Lula e senadores estiveram com a presidente. Ela mais ouviu do que falou.

No encontro no Palácio da Alvorada, Lula avaliou que o governo Temer tem ajudado a trazer Dilma de volta mais do que os movimentos sociais ou os senadores aliados. Só 12 dos 22 senadores convidados compareceram à reunião com Dilma. Lula deixou o jantar por volta das 22 horas, dizendo que teria outra agenda. Ninguém ousou perguntar com quem.


Afastamento final de Dilma em agosto

A análise da fase intermediária do processo de afastamento da presidente Dilma pode se dar entre os dias 1º e 2 de agosto, segundo cronograma elaborado e apresentado, ontem, na Comissão Especial do Impeachment, pelo senador Antônio Anastasia (PSDB-SP). Mas terá ainda de ser submetido à votação no colegiado. A comissão especial se reuniu no final da manhã de ontem para discutir o plano de trabalho de Anastasia.

Mas antes de o cronograma ser votado, o presidente do colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), atendeu a um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) de parlamentares da oposição e adiou para 2 de junho a análise da proposta. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi um dos parlamentares que defendeu o adiamento da análise do cronograma. Para o petista, o cronograma só deve ser votado após a apresentação da defesa prévia de Dilma, o que deve ocorrer em 1º de junho.

“Ao invés de definir o cronograma agora, sem saber os pleitos da defesa, apelo para a gente receber a defesa no dia 1º e, no dia 2 [de junho], a gente aprovar o cronograma aqui”, defendeu Lindbergh no plenário da comissão. Em 12 de maio, o Senado decidiu, por 55 votos a favor e 22 contra, instaurar o processo de impeachment da presidente da República. Com isso, Dilma foi afastada da Presidência por até 180 dias, e o vice-presidente Michel Temer assumiu interinamente o comando do Palácio do Planalto.

Atualmente, o processo de afastamento está na etapa chamada de "pronúncia", na qual deve ser feitas diligências para apurar a denúncia de que a presidente cometeu crime de responsabilidade, são produzidas as provas da acusação e da defesa e também são ouvidas testemunhas. Depois de realizadas as diligências, a produção de provas e a oitiva de testemunhas, o relator irá elaborar um parecer recomendando a continuidade ou não da denúncia contra Dilma.

No relatório, Anastasia deverá dizer se Dilma cometeu crime de responsabilidade. Nesta fase, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, funciona como uma instância de recurso a questões de ordens apresentadas por integrantes da comissão especial. O colegiado, no entanto, continua sendo presidido pelo senador Raimundo Lira.

O cronograma de Anastasia propõe ainda que o relatório sobre a fase da "pronúncia" seja lido no dia 25 de julho para que tenha condições de ser votado na comissão especial dois dias depois. O parecer do tucano será analisado pelos 21 integrantes da comissão especial. Independentemente de o relatório ser aprovado ou rejeitado pelo colegiado, o texto será submetido à votação no plenário principal do Senado.

Se for aprovado pela maioria simples (metade dos presentes à sessão mais um) dos senadores, o processo continua e vai para a fase de julgamento. Caso contrário, o processo será arquivado. Na hipótese de o parecer ser aprovado pela maioria simples dos senadores, o presidente do STF deverá agendar uma data para o julgamento final de Dilma, convocando testemunhas de acusação e defesa. O julgamento definirá se Dilma deve perder o mandato ou não. Para que o impeachment se concretize serão necessários os votos de, pelo menos, 54 senadores.

NA MIRA DE AÉCIO– O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou, ontem, o segundo pedido de abertura de inquérito feito para investigar o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), para nova análise do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Gilmar remeteu ao chefe do Ministério Público as explicações prestadas por Aécio sobre as suspeitas apontadas nas investigações da Operação Lava Jato. Diante disso, Janot poderá reavaliar se mantém ou não o pedido de investigação e a coleta de provas solicitada.

Valença é bom camarada– A Secretaria de Micro, e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação, até então ocupada pelo tucano Evandro Avelar, entra na cota do PMDB. O empresário Alexandre Valença, indicado pelo partido, foi secretário de Desenvolvimento Econômico no Governo Jarbas Vasconcelos e atualmente é presidente do Sindicato da Indústria Metal-Mecânica (Simmepe) e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco. Valença tem ligação estreita não apenas com Jarbas, mas também com o vice-governador Raul Henry, inicialmente cotado para Educação, caso o secretário Fred Amâncio viesse a ser remanejado para a pasta de Planejamento.











Cheque em branco- O senador Humberto Costa (PT) bate duro na meta fiscal do Governo Temer, aprovada na madrugada de ontem. Para ele, o projeto aprovado pelos parlamentares traz números fictícios e diversas maquiagens para dizer que o Brasil caminhava para um rombo absolutamente falso de R$ 170 bilhões. "O fato concreto é que o que foi aprovado representa um cheque em branco para o governo golpista remanejar recurso de uma rubrica para outra como bem entender e mudar a destinação dos recursos com o objetivo de, ao fim do ano, falar que a meta foi cumprida. Isso é fictício", afirmou.

PT flerta Silvinho– Se o ex-prefeito João Paulo não sair candidato a prefeito do Recife, o PT pode fazer uma aliança em apoio ao pré-candidato do PRB, Silvio Costa Filho, que já conta com o PTB, do senador Armando Monteiro Neto (PTB). Silvinho, como é mais conhecido, tem ainda o entusiasmo da direção nacional do PT graças ao empenho do seu pai, o deputado federal Silvio Costa, na defesa do Governo Dilma na primeira fase do processo do impeachment e na que começou ontem com a definição do cronograma de trabalho da comissão especial do Senado.

A coerência e a largura de Armando – A política se faz com gesto e com coerência, ingredientes que não faltam ao ex-ministro e agora senador Armando Monteiro Neto. No item coerência, seu currículo foi enriquecido, ontem, com os elogios públicos feitos às medidas saneadoras dos gastos públicos anunciadas pela equipe econômica do presidente interino Michel Temer. E também pelas declarações favoráveis à aprovação da meta fiscal, aprovada na madrugada de ontem pelo Congresso. “Se a votação fosse nominal teria, certamente, o meu voto entusiasta”, disse.

CURTAS

POSSE– O governador Paulo Câmara dará posse, hoje, às 11 horas, aos novos secretários de Planejamento, Fazenda e da Micro e Pequena Empresa e Trabalho. Certamente, o ato deve atrair também lideranças de todos os partidos da base, especialmente o PP e SD, também contemplados com o Porto do Recife e a Jucepe, respectivamente.

CONCURSO- O juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Évio Marques da Silva, negou pedido de liminar que pleiteava a suspensão do concurso público da Polícia Militar marcado para o próximo domingo. A ação foi interposta por Karlene Cristina de Andrade contra o Estado e o IAUPE, instituto organizador do certame. Na decisão, o magistrado julgou que a suspensão do concurso prejudicaria tanto os inscritos quanto o Estado e a empresa organizadora.

Perguntar não ofende: Quando Temer fará sua primeira viagem ao Nordeste?

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