Mais Notícias : Oposição radical a Temer seria erro do PT
Enviado por alexandre em 29/04/2016 08:42:09

Oposição radical a Temer seria erro do PT

Postado por Magno Martins

Partido não pode agir como no anos 90, pois está há 13 anos no poder

Blog do Kennedy

Pelos sinais emitidos até agora, o PT sugere a adoção de uma oposição radical ao provável governo de Michel Temer. Se confirmado esse caminho, será um erro político.

O PT está no poder há treze anos. Apesar de Dilma Rousseff ter feito um governo ruim, o balanço desse período é mais positivo do que negativo, sobretudo por mostrar que foi possível abrir espaço no orçamento público para atender às demandas dos mais pobres.

Portanto, são preocupantes esses sinais de que o PT se comportará como se estivesse fazendo oposição nos anos 80 e 90, contra tudo o que propõe o governo.

Não pode agir como o PSOL, que não passou pelo poder. O PT não pode se comportar dessa maneira, sob pena de perder a liderança no campo político da esquerda e da centro-esquerda. Seria a ida para o gueto político.

O partido deveria fazer uma oposição propositiva ao governo Temer, analisando suas medidas iniciais e se manifestando sobre a correção delas. Como vai ficar contra a reforma da Previdência se Dilma propunha algo nesse sentido até poucos meses atrás e se o partido sabe que é necessária? Há uma crise fiscal gravíssima no país que foi criada pela política econômica da presidente Dilma. O PT vai fazer o discurso de que o gasto público pode continuar crescendo?

Neste momento, na iminência de perder o poder, é natural esse discurso mais beligerante. Mas a manutenção do PT e do ex-presidente Lula no modo de guerra só interessa a Dilma, não interessa ao partido nem ao país.

O PT precisa elaborar uma estratégia política e jurídica de defesa do ex-presidente Lula a fim de que ele não se torne inelegível. Com a queda de Dilma, Lula e ministros petistas passarão a ser investigados pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Deixarão de responder a eventuais acusações perante o Supremo Tribunal Federal.

A princípio, não haverá paz de cemitério. É da natureza do PT lutar. Faz sentido batalhar pela fotografia histórica do impeachment. Mas Lula e PT terão outras batalhas a travar. A guerra em defesa do governo Dilma está perdida. Lula e o PT deveriam fazer uma autocrítica e entender como foi possível perder o poder dessa maneira.

A lição de Erundina ao STF

Postado por Magno Martins

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo

Em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal recebeu um pedido para afastar o deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sustentou que a medida era necessária e urgente para proteger a Lava Jato e a "dignidade do Parlamento".

Enquanto fosse mantido no cargo, escreveu Janot, o peemedebista continuaria a usá-lo "em benefício próprio e de seu grupo criminoso, com a finalidade de obstruir e tumultuar as investigações". Em 183 páginas, o procurador acusou o deputado de "destruir provas, pressionar testemunhas e intimidar vítimas".

"É imperioso que a Suprema Corte do Brasil garanta o regular funcionamento das instituições, o que somente será possível se (...) adotada a medida de afastamento do deputado Eduardo Cunha", afirmou Janot.

Apesar do pedido de urgência, os juízes do STF saíram de férias sem analisar o documento. Voltaram em fevereiro, mas a ação continuou na gaveta, onde adormece há 135 dias. Neste período, alguns ministros da corte foram à TV dizer que as instituições estão funcionando. Nunca explicaram por que o pedido para afastar Cunha ainda não foi julgado.

Enquanto o Supremo lavou as mãos, o deputado recuperou força política ao chefiar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Conseguiu uma trégua da oposição e encorajou aliados a falarem abertamente numa "anistia" para salvá-lo.

Na quarta-feira, Cunha retomou uma prática antiga. Derrotado num debateque opunha a bancada evangélica à minoria feminina na Câmara, parou a sessão e forçou o plenário a votar de novo até reverter o resultado, em prejuízo das mulheres.

A deputada Luiza Erundina, do PSOL, subiu à presidência para protestar. O peemedebista se levantou, e ela se sentou por alguns minutos na cadeira que ele não deveria mais ocupar. Aos 81 anos, a paraibana deu uma lição aos ministros do Supremo que continuam de braços cruzados.

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