Mais Notícias : "FHC não precisa de escada em mim", diz Cunha
Enviado por alexandre em 12/10/2015 18:04:45

"FHC não precisa de escada em mim", diz Cunha

Postado por Magno Martins

Da Folha de S.Paulo - Mônica Bergamo

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não digeriu por completo as declarações de Fernando Henrique Cardoso sobre suposto pedido de parlamentares para que ele ocupasse uma diretoria da Petrobras no governo do tucano. O ex-presidente afirmou em um livro que negou o pedido porque o parlamentar "tinha trapalhadas".

"Fernando Henrique não precisa de escada em mim para poder promover o livro dele", diz Cunha. "Mas eu, por questão de educação, não vou remeter a fatos pretéritos da época em que eu estava na Telerj."

Cunha presidiu a telefônica do Rio nos governos de Fernando Collor e no início do de Itamar Franco, em que FHC foi chanceler e ministro da Fazenda.

Cunha segue: "Eu não preciso fazer o que ele fez. No dia em que eu escrever o meu livro, aí eu coloco [fatos da época em que comandou a Telerj, no governo de Fernando Collor e em parte do governo de Itamar Franco]". O parlamentar diz ainda que não pleiteou cargo algum na Petrobras porque não queria voltar à vida pública.


Brincando com fogo

Postado por Magno Martins às 04:00


Brincando com fogo

Postado por Magno Martins


Valdo Cruz - Folha de S.Paulo

No Dia das Crianças, vai aqui uma dica para a presidente Dilma. Brincar com o PMDB é muito mais perigoso do que fazer o mesmo com fogo. O risco de sair chamuscado é grande. Não deu outra.

Em seus dois mandatos, Dilma tentou de tudo. Escantear o PMDB, reduzir seu poder, pedir socorro ao vice Michel Temer e, depois, sabotá-lo, ir atrás do baixo clero da sigla e descobrir que nada deu certo.

Resultado, começa uma semana crucial para seu futuro com seu maior aliado dividido, mesmo depois de uma reforma ministerial feita para agradá-lo, e na mira de um peemedebista, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Até os amigos de Cunha, encurralado pelos milhões de dólares na Suíça, não descartam que, no desespero, porque sua situação já está passando deste ponto, ele aceite o pedido de impeachment de Dilma.

Estaria aberto o processo que pode levar ao afastamento da petista. Seria criada uma comissão para analisar o caso, cujo parecer iria a plenário. Aprovado por 342 deputados, Dilma seria afastada do cargo até o julgamento final pelo Senado.

Pesa contra Eduardo Cunha, porém, o fato de ter perdido credibilidade para qualquer coisa. Sua situação piora a cada nova revelação. Mas, em se tratando dele, tudo pode acontecer. Afinal, Cunha está numa guerra por sua sobrevivência.

O que mais se ouve, aqui e ali, é que ele tem dito, nos bastidores, que, se cair, não cai sozinho. Isso causa pânico no Palácio do Planalto. Pode ser criado um cenário de caos completo na capital do país.

Aí, se já está difícil aprovar a CPMF para salvar as contas públicas, vai ficar impossível. O que nos levará a um desarranjo econômico sem precedentes, tirando ainda mais poder da presidente Dilma.

E, para completar, o lobista Fernando Baiano, em sua delação premiada, teria dito que bancou despesas de um filho de Lula. Se comprovado, Brasília vai ficar em chamas.


De FHC a Sarney

Postado por Magno Martins

Vinicius Mota - Folha de S.Paulo

No início do ano, quando a autoridade presidencial começou a desabar, a meta realista de Dilma Rousseff era terminar o segundo mandato como Fernando Henrique, com popularidade baixa, mas no controle do Congresso. Agora o "benchmark" baixou para José Sarney.

Na metade final de sua administração, o primeiro presidente da democratização era governado pelo Legislativo e pelos fatos. Galopava sobre seus ombros uma crise inflacionária de fazer lembrar a do Zimbábue sob Robert Mugabe.

Na campanha de 1989, Sarney apanhou dia sim, outro também, de todos os candidatos à Presidência. Manteve, contudo, a fleugma. Evitou revanchismos e aventuras institucionais num momento em que o tecido do novo regime ainda era frágil.

Houvesse resistido à tentação de reembarcar na política oligárquica depois de deixar o Planalto, sua imagem de "estadista" estaria preservada. Perdeu pontos, de todo modo, não pela conduta adotada durante o mandato presidencial.

Dilma ainda precisa melhorar para chegar a Sarney. Falta a ela o que talvez tenha prevalecido no caso dele: desprendimento para lutar por reconhecimento mais generoso da História dentro do agudo ângulo de manobra oferecido pelo presente.

Agarrada como está a personagens hamletianos, que entram em cena para matar e morrer, a presidente não vai longe. Poderá terminar o mandato, pois a contingência é hoje a rainha da trama, mas sua biografia será reduzida a pó de traque.

Em vez de digladiar-se pela CPMF, Dilma poderia gastar o mesmo capital político escasso numa reforma profunda da Previdência, que garanta sua solvência, e a do Estado brasileiro, ao longo do século.

Nesse caso, precisaria mudar de interlocutores e aliados. Não é com a raia miúda da Câmara que vai chegar lá. Tampouco teleguiada por Lula, obcecado apenas com a própria sobrevivência.




















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