Regionais : Dia 7: Dilma ameaçada, segurança é reforçada
Enviado por alexandre em 05/09/2015 10:25:47

Dia 7: Dilma ameaçada, segurança é reforçada

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general José Elito Carvalho Siqueira, determinou que haja reforço e um procedimento especial de segurança para a presidente Dilma Rousseff durante o desfile em comemoração ao Dia da Independência, na próxima segunda-feira 7, em Brasília.

A determinação ocorre depois de o advogado Matheus Sathler Garcia ter publicado um vídeo nas redes sociais em que ameaça "arrancar a cabeça" de Dilma em protestos no Sete de Setembro, caso ela não renuncie ao seu mandato até um dia antes. O ex-candidato a deputado pelo PSDB em 2014 também sugeriu que Dilma se suicide.

Após requerimento de investigação apresentado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça diante das ameaças contra Dilma, a corporação abriu um inquérito para apurar o caso. O presidente nacional da OAB, Marcus Vinícius Coêlho, também determinou abertura de processo disciplinar contra o advogado.

Os agentes da PF chegaram a fazer buscas na casa de Sathler, em Brasília, mas não o encontraram para notificá-lo. A suspeita é de que o tucano esteja em São Paulo, onde deve participar de manifestações contra o governo no feriado, junto a movimentos que pregam o golpe na capital paulista.

EM SURTO

Na busca pelo ex-candidato tucano, agentes da PF conversaram com seus familiares, que argumentaram que ele passa por um "momento difícil" e sofre de "em surto", motivos pelos quais teria publicado as ameaças contra a presidente e, ainda, não teria se intimidado e publicado novos vídeos, mesmo depois das providências judiciais.

Desde o vídeo da ameaça a Dilma, o advogado já postou outros seis em seu canal no Youtube. Em um deles, se dedica a criticar Paulo Pimenta, a quem chama de "deputadozinho", por ter pedido investigação contra ele. No mais recente, intitulado "O povo quer a cabeça da Dilma no 7/9", publicado nesta sexta-feira 4, ele se autoproclama "advogado do povo", diz que "o povo colocou o PT no poder por engano" e reitera suas ameaças contra a presidente.

"Já era, Dilma. A mensagem tá dada. Sete de Setembro o povo tá indo pras ruas pra resolver essa parada", diz ele. Em outros vídeos, em que responde a perguntas, chama o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de "fanfarrão", diz que o senador Aécio Neves "pensa que é dono do PSDB", por ter ameaçado expulsá-lo do partido, afirma não se arrepender de suas declarações sobre Dilma que, segundo ele, não são ameaças. "O que deixei claro, e volto a reafirmar, é que caso a Dilma não renuncie, o povo vai agir. Depois que agir, aí já vai ser tarde".

 Em suas contas nas redes sociais, o advogado, que causou polêmica ao sugerir os "kit macho" e "kit fêmea" para as escolas, posta comentários homofóbicos e agressivos. No PSDB, há tempos vem causando constrangimento. Depois da ameaça contra Dilma, o presidente do diretório da sigla no Distrito Federal, deputado Izalci Lucas, afirmou que as posições de Sathler não representavam o partido e informou que ele deve ser alvo de processo no Conselho de Ética da legenda.

Após fazer a sucessora, Lula é desfeito por ela

Josias de Souza

Na sua mais recente passagem pelo Palácio da Alvorada, na noite de quinta-feira, Lula encontrou uma Dilma aturdida, às voltas com o risco de perder as duas muletas de sua presidência. Horas antes, ela havia toureado a insatisfação de Joaquim Levy, seu apoio econômico, que flertava com a porta da rua. Na véspera, ela tomara um toco de Michel Temer, sua escora política, que se negou a reassumir a articulação do Planalto com o Congresso.

Vendeu-se a versão de que Lula voara a Brasília para socorrer sua afilhada política. Falso. O mentor de Dilma foi à Capital para tentar salvar a si mesmo. Sua pupila realiza um governo caótico. O enredo da campanha perdeu a validade. E nem o marketing de João Santana foi capaz de colocar uma narrativa nova no lugar. Disso resultou um fenômeno político raro: depois de fazer a sucessora, Lula está sendo desfeito por ela. E tenta brecar o processo de desconstrução.

Enquanto o criador dava conselhos à criatura em Brasília, Temer fugia do seu comedimento usual para dizer a um grupo de empresários o que só era balbuciado em privado: “Hoje, realmente, o índice [de aprovação do governo] é muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. […] Se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil.''

Temer soou raso e inepto. Foi raso porque insinuou o risco de impeachment com uma leveza incompatível com a gravidade do tema. Foi inepto porque bem sabe, como professor de direito constitucional, que impopularidade não é motivo para a cassação de um mandato presidencial. Exige-se a prática de um crime de responsabilidade. Algo que, por ora, não se encontra sobre a mesa.

Seja como for, a impopularidade evocada por Temer é real. E ajuda a explicar a inquietação de Lula. Graças a Dilma, o animador de massas do PT está perdendo seu capital político mais valioso: as ruas. Pior: Lula já não dispõe de um FHC para chutar. Dilma colhe o que plantou sozinha: juros, inflação, contas públicas escangalhadas e desemprego. O fiasco da gerentona converteu a legitimidade das urnas recém-abertas em falta de credibilidade.


Pai senador e filho deputado denunciados

Do portal G1

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta sexta-feira (4) ao Supremo Tribunal Federal denúncias contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e o pai dele, o senador Benedito de Lira (PP-AL). Ambos são acusados de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. Nas denúncias, Janot pede a condenação dos dois pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O STF terá agora de decidir se aceita ou não as denúncias. Se aceitar, os denunciados se tornarão réus e responderão a ações penais no Supremo – devido ao foro privilegiado decorrente da condição de parlamentares, eles não podem ser processados em outra instância da Justiça.

Na hipótese de o STF aceitar a denúncia, Arthur Lira e Benedito de Lira serão julgados pela Segunda Turma do Supremo, integrada por cinco ministros, entre os quais Teori Zavascki, relator dos inquéritos da Operação Lava Jato referentes a autoridades com foro privilegiado.

Durante as investigações, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou, em delação premiada, que repassou R$ 1 milhão, por intermédio do doleiro Alberto Youssef, para a campanha de 2010 ao Senado de Benedito de Lira.

O valor, segundo Costa, teria saído da "cota" destinada ao PP no esquema de corrupção e seria decorrente de sobrepreços em contratos da Petrobras.

No caso do filho de Benedito, deputado Arthur Lira, que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Youssef afirmou, também em delação premiada, que teria pago despesas de campanha do parlamentar em 2010.

O doleiro também disse que soube que um assessor do deputado recebeu R$ 100 mil em espécie, mas que ele teria sido detido com o dinheiro no Aeroporto de Congonhas. De acordo com Youssef, o deputado recebia repasses mensais entre R$ 30 mil e R$ 150 mil da "cota" do PP no esquema de corrupção.

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