Regionais : Tempestade ou bonança?
Enviado por alexandre em 01/08/2015 11:13:43

Tempestade ou bonança?

Carlos Chagas

A reabertura dos trabalhos do Congresso, a partir de segunda-feira, faz reacender a cor amarela no semáforo postado diante do palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes. Deputados e senadores já começaram a chegar a Brasília, trazendo de suas bases sentimentos de crítica e até de indignação com o governo. As queixas referem-se ao aumento do desemprego, mas atingem também a alta da inflação, dos  impostos e do custo de vida.  Não há como o eleitor comum aceitar a perda do poder aquisitivo dos salários em meio à redução de direitos trabalhistas e vetos à extensão aos aposentados dos cálculos de correção do salário mínimo, bem como ao reajuste salarial dos funcionários do Poder Judiciário.

Mesmo faltando duas semanas para as manifestações de protesto contra o governo, marcadas para o dia 16, preocupam-se os parlamentares com as iminentes decisões  do Tribunal de  Contas da União e do Tribunal Superior Eleitoral, capazes  de  deixar a presidente Dilma em xeque frente à análise dos doze  pedidos de impeachment feitos contra ela, que o presidente da Câmara promete despachar  nos próximos dias. Caso rejeitadas as contas da atual administração, do ano passado, bem como evidenciado o uso de dinheiro podre na recente campanha presidencial, sua repercussão certamente acirrará os ânimos.  

Bem que o governo procura dar a volta por cima,  com a movimentação da presidente Dilma junto aos governadores,  dirigentes e líderes  dos partidos da base oficial. A estratégia é desarmar as bombas antes do dia 16, se possível promovendo a aprovação do  ajuste fiscal em vias de votação final no Congresso.

Caso não surjam fatos novos, melhor dizendo,  denúncias novas envolvendo os detentores do poder, a impressão é de que o Executivo conseguirá superar  os panelaços previstos para o mês de agosto. Até porque parte da revolta  nacional se voltará contra os parlamentares  a ser denunciados na Operação Lava-Jato, cabendo ao Supremo Tribunal Federal aceitar ou não as recomendações  do Ministério Público.   Aqui e ali a imprensa cita alguns dos prováveis implicados na lambança da Petrobras e adjacências,  mas o impacto se dará a partir  do  conhecimento formal da lista do procurador  Rodrigo Janot.  Em especial se estiverem na relação os presidentes da Câmara e do Senado, além de  ex-ministros.  

Em suma, a  atmosfera carregada poderá desfazer-se ou  desabar numa profunda tempestade.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia