Mais Notícias : Máquina de corrupção
Enviado por alexandre em 31/07/2015 10:12:42

Máquina de corrupção

Jânio de Freitas – Folha de S.Paulo

Voracidade de políticos e partidos que oprime governos tem origem nas grandes empreiteiras

Nem tanto pela prisão de alguém eminente como o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, posto sob suspeita de corrupção como presidente da Eletronuclear, mas pela abertura de nova frente de investigações, a Lava Jato dá um passo para a demonstração de que a máquina corruptora movida pelas empreiteiras não tem limites.

Hidrelétricas, estradas, pontes, infraestrutura de comunicações, metrôs, edificações –onde quer que as grandes empreiteiras estiveram ou estejam, é área minada por corrupção. Seja no nível federal, seja no estadual e no municipal. Licitações e contratos corretos por certo houve e há, mas como fatos fora do sistema. Assim é pelo menos desde a abertura da Transamazônica no período do general Médici –ocasião em que foram estabelecidas as fórmulas, hoje uma norma, de compartilhamento da obra e de entendimento entre as empreiteiras para divisão das oportunidades.

Faço eco do já escrito aqui muitas vezes: atacar a corrupção manobrada pelas grandes empreiteiras, para obras públicas e para seus negócios de concessões e privatizações, seria mudar toda a prática política no Brasil. A voracidade de parlamentares e partidos que oprime governos, para entrega de ministérios, secretarias e empresas a políticos e a indicados seus, origina-se nas grandes empreiteiras e seus interesses tentaculares, lançados sobre a administração pública.

Não há um só propósito legítimo para que partidos e seus políticos rebaixem-se até a condição de chantagistas para obter diretorias em estatais, autarquias e ministérios. Manietar as empreiteiras e, portanto, fechar aqueles guichês de corrupção seria, além do mais, dar a tais seções do serviço público a possibilidade de se tornarem mais eficientes. E a custos menores. Um Brasil que o Brasil não conhece.

Petrobras, Eletronuclear – vamos em frente?

Cunha nega interferência em decisões da CPI

Do Portal Terra

Presidente da Câmara negou que tenha interferido para que a CPI investigue delator que o acusa de receber propina

O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta quinta-feira (30) que não interfere nas decisões da comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Petrobras. “Não participei, não participo nem participarei de qualquer decisão sobre investigações da CPI, que tem a sua autonomia”, garantiu.

A manifestação de Cunha, divulgada em uma nota à imprensa, foi uma resposta à reportagem veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo que destaca que a cúpula da CPI solicitou à empresa de investigação Kroll prioridade às investigações sobre o lobista Júlio Camargo.

Cunha destacou que as “insinuações da reportagem” beiram a má-fé e negou ser o autor de constrangimentos de parlamentares em busca de sua defesa. “A participação da direção da Câmara, por meio da Diretoria Geral, trata somente da contratação administrativa requerida pela CPI, nos termos de sua autonomia”, afirmou ao citar a contratação da Kroll.

Um dos delatores do esquema de corrupção na estatal, Júlio Camargo, disse, durante depoimento à Justiça do Paraná, que Cunha pediu US$ 5 milhões para viabilizar contrato de navios-sonda da Petrobras e exigiu pagamento de propina ao lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

De acordo com a reportagem, os aliados do parlamentar esperam ter as informações da Kroll até o fim de agosto para desqualificar a delação premiada acordada pelo lobista.

Eletrobrás: Ellen Gracie atuará na fiscalização

Ellen Gracie, ex-ministra do Supremo Tribunal Federal, irá integrar a comissão independente que vai acompanhar as investigações feitas pelo escritório internacional Hogan Lovells sobre possíveis irregularidades em obras que possuem participação acionária da Eletrobrás.

Outro integrante do grupo será o advogado e ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários Durval Soledade. 

Armando Toledo, que é assessor do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, foi enviado ao Congresso Nacional para discutir reformas na Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013). A ideia da companhia, segundo o assessor de Bendine, é “separar CNPJ do CPF. Liberar as empresas para voltarem a ser contratadas”. Mesmo assim, todas as outras sanções previstas continuariam válidas. 

Revendo o voto

A fraqueza política do Governo pode ter um efeito adicional importante: estimular os aliados a, digamos, rever sua posição. No impeachment de Collor houve um caso interessante.

Um deputado da tropa de choque do Governo, dos mais fiéis, desculpou-se com o presidente por não poder comparecer à votação: tinha porque tinha de viajar para seu Estado.

E viajou - num voo com escala em São Paulo. Do aeroporto, telefonou para Brasília e soube que a derrota de Collor era certa. Voltou imediatamente a Brasília e foi à Câmara para votar. Em favor do impeachment, claro. 

A propósito, os deputados estão voltando dos Estados, onde tiveram contato direto com os eleitores. Devem estar bem mais bravos. (Carlos Brickmann)

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