Brasil : Apertando
Enviado por alexandre em 14/01/2011 13:36:13



Lugar de ladrão do dinheiro público é na cadeia



O ex-diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa em entrevista publicada hoje, na Folha de São Paulo, trás à tona um tema que deve provocar urticária em muita gente espalhada por esse Brasil afora além de muita indignação na sociedade.

Em manchete de duas colunas, a Folha anuncia em destaque, a existência de mais de três mil inquéritos abertos pelo PF contra prefeitos municipais para apurar desvios de verbas federais em prefeituras.

Como há cerca de 5.600 municípios em todo o território nacional, mais da metade das prefeituras está sob investigação acusadas de cometerem irregularidades com o dinheiro enviado pelo Governo Federal. Isso, infelizmente, demonstra que a grande maioria dos gestores municipais é constituída de pessoas desprovidas de honestidade e de zelo com a coisa pública.

Conforme afirmou o ex-diretor da PF, políticos de diversos partidos serão investigados nos próximos meses pela Polícia Federal. Uns sob a suspeita de recebimento de propina e prática de caixa dois em campanha e outros por desvios de verbas públicas oriundas do Governo Federal.

O ex-diretor-geral da PF Luiz Fernando Corrêa, que será substituído nesta semana pelo atual superintendente de São Paulo, Leandro Coimbra, foi mais além, ao afirmar que o foco da PF nos próximos anos será o enfretamento sistêmico da atividade criminosa e um dos exemplos é o combate ao desvio de dinheiro público em prefeituras.

Está comprovado que no Brasil não é fácil fazer investigações quando envolve pessoas públicas, mais tanto a polícia como o judiciário tem o dever de impedir que o dinheiro do contribuinte seja desviado por gestores corruptos e oportunistas.

Para que isso ocorra, basta tão somente, que sejam feitas investigações permanentes, que se aumento os órgãos fiscalizadores e que se puna com severidade o corrupto que seja flagrado roubando os cofres públicos.

O que é triste e lastimável, é a falta de pudor por parte dos prefeitos desonestos, pois, como se sabe, o dinheiro roubado sempre é destinado para setores vitais do município, a exemplo da saúde e da educação. Com o desvio das verbas quem sempre sofre é a população carente que fica desprovida de assistência médica/hospitalar e com sérias precariedades no setor educacional.

Geralmente, conforme dados da PF, os recursos são desviados com o apoio de executivos ligados à construtoras bem como através de empresas fictícias. Para evitar tais procedimentos seria necessária à implementação de novos mecanismos que culminassem com a punição severa e a retirada da vida pública desses gestores corruptos e desonestos.

Já é tempo de ser considerado crime hediondo aquele cometido contra o patrimônio público, especificamente, o praticado no exercício de cargo público. Há quem diga que o ladrão de carro ou ladrão de banco é menos prejudicial à população do que o ladrão do dinheiro do contribuinte.

Enquanto não se defina que o lugar de ladrão do dinheiro público é na cadeia e não “abotelado” no espaldar de uma confortável cadeira, costeado pelo contribuinte, nada se muda e quem pagará o “pato” sempre será o pobre pai de família, quando precisar ir em busca de um hospital ou de uma escola decente para o filho.

E o que é pior: ainda ficam dando uma de bacana, se exibindo e zombando daquele que o colocou no poder, o cidadão!

Se pelo menos a metade desses três mil malandros fosse punido, que o dinheiro desviado fosse devolvido e se alguns fossem para a cadeia, servia de exemplo aos demais.

Mas, se a impunidade continuar e a roubalheira aumentar, só nos resta dá viva à Maria Preá.



Fonte folha de são de paulo

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