Justiça em Foco : 'Quero justiça. Quero recuperar tudo', afirma idosa que sofreu golpe de mais de R$ 100 mil da amiga
Enviado por alexandre em 28/03/2015 22:58:58


 
'Quero justiça. Quero recuperar tudo', afirma idosa que sofreu golpe de mais de R$ 100 mil da amiga
Joselita, 83, acusa a ex-amiga Pedrina, 66, de aplicar golpe. Fotos: Reprodução
Quando dona Joselita Ramos Pereira, 83, conheceu Pedrina Guimarães Brito, 66, não imaginava que aquela suposta grande história de amizade se tornaria caso de polícia. A idosa, que tinha uma relação de mãe e filha com Pedrina, agora acusa a antiga melhor amiga de ter lhe aplicado um golpe. Pedrina é suspeita de ter roubado mais de R$ 150 mil de dona Joselita. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deati) de Salvador. A idosa conta que conheceu a mulher há 20 anos, quando necessitou dos serviços de buffet de Pedrina para realizar um aniversário. A partir daí, a amizade entre as duas começou.  “Gostava muito dela, amava ela como se fosse uma filha minha”, afirma Joselita. A confiança era tanta que, em março de 2014, a suposta vítima forneceu a senha da sua conta bancária e de seus cartões de crédito. “Ela dizia que ia cuidar de tudo pra mim, pois eu, por ser mais velha, não tinha mais condições de cuidar dessas coisas e eu, por confiar muito nela, acreditei”, conta. Foi nesta época que começaram os saques e transferências de R$ 12.000 a R$ 30.000, em nome de Pedrina, do marido Raimundo de Brito Costa Filho e da filha do casal. No entanto, o pesadelo da idosa começou quando, em janeiro deste ano, a indiciada conseguiu convencê-la a mudar de agência bancária, transferindo a conta dela de um banco na Garibaldi para outro no Itaigara, onde a suspeita também possui conta aberta.  A indiciada ainda convenceu Joselita a assinar, sem saber, um empréstimo consignado no valor de R$ 154.753,95, afirmando que aquilo era um título de capitalização. No mesmo dia, com a operação concluída, a suspeita transferiu R$ 126 mil para sua conta. A advogada da vítima, Andréa Biasin, conta que quem descobriu tudo foi uma cuidadora da idosa. “A cuidadora perguntou a dona Joselita onde estava o documento que ela havia assinado no banco e ela informou que não tinha recebido nenhum documento. A cuidadora resolveu voltar ao banco para pedir cópia do documento assinado, mas acabou descobrindo que dona Joselita havia assinado um empréstimo consignado de R$ 150 mil”, explica.
 

A advogada de Joselita, Andrea Biasin, descobriu o caso através da cuidadora da vítima

Quando se deu conta de que o esquema havia sido descoberto, Pedrina resolveu expulsar, com a roupa do corpo, a idosa da quitinete, de propriedade sua, pela qual Joselita pagava mensalmente aluguel de R$ 4 mil. A suposta vítima ainda afirma que, no momento da expulsão, o marido de Pedrina, Raimundo de Brito, colocou uma faca no pescoço dela e de uma de suas cuidadoras. Quando voltou ao apartamento para buscar suas coisas, dona Joselita teve outra surpresa: as fechaduras do local tinham sido trocadas. A defesa da idosa de 83 anos conseguiu, na Justiça, mandado de busca e apreensão para reaver seus bens. Segundo o delegado responsável pelo caso, Nilton Ferreira, o inquérito já está em fase de conclusão e deve ser encaminhado à Justiça. “A Pedrina está sendo acusada pelo crime de formação de quadrilha e de furto qualificado, além do agravante de ter torturado a idosa no momento da expulsão do apartamento”, declarou. Depois de ter vivido mais de um mês na casa de uma de suas curadoras, dona Joselita alugou um apartamento para morar. No entanto, ainda arca com as despesas do empréstimo consignado tomado por Pedrina. “Por conta desse empréstimo consignado, todo mês estão sendo descontados da pensão R$ 3.000. O empréstimo é de 96 parcelas e a última parcela só deve ser paga em fevereiro de 2023”, afirma a advogada da idosa de 83 anos. Agora, dona Joselita quer justiça.  “Eu não desconfiava dela em nada, tinha verdadeira fé nela, achava que ela não ia fazer nada disso. Tô muito triste, agora eu quero justiça, quero recuperar tudo”, afirmou. O Bahia Notícias tentou entrar em contato, por telefone, com Pedrina, mas a acusada não atendeu as ligações.
 

Segundo o delegado do caso, Nilton Ferreira, o inquérito será encaminhado para a Justiça

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