Policial : SÓ ROLO
Enviado por alexandre em 11/12/2014 15:00:00


Irmão de Igreja de Lúcio Mosquini é de empresa fenômeno que arrecadou mais de R$ 100 milhões

Felipe Corona*
Da equipe Rondônia Vip

Segundo o que apurou a reportagem do Rondônia Vip, o nome José Hélio Rigonato representa muito para o ex-diretor-geral do DER e Deosp, e, deputado federal eleito, Lúcio Mosquini, preso na Operação Ludus, deflagrada pelo Ministério Público Estadual no último dia 03 de dezembro.

Além de José Hélio ser irmão da Igreja Batista Nacional de Jaru e amigo pessoal de Lúcio Mosquini, como mostra uma foto no perfil do Facebook, ele é dono da construtora EJ, considerada um “fenômeno” de crescimento e gerenciamento, e por isso, está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual no pacote geral da Operação Ludus.

Mesmo se tratando de uma Empresa de Pequeno Porte (EPP), a EJ venceu nos últimos quatro anos em Rondônia, 126 licitações, incluindo o próprio DER e prefeituras, por meio de recursos do Fundo de Infraestrutura e Habitação (Fitha). A “pequena” construtora arrecadou em 27 contratos, a singela bagatela de R$ 111.718.782,84. Números dignos de grandes empresas do Brasil, como Camargo Correa, Mendes Júnior, OAS e Odebrecht.

Mas, a história de amizade, e especialmente de negócios, entre Lúcio Mosquini e José Hélio Rigonato começou há muitos anos, ainda em Jaru, quando Lúcio ainda era presidente da Associação de Pecuaristas da cidade. Como sabia que o amigo já atuava no ramo de conservação e asfaltamento de estradas, contratou-o para pavimentar o parque de exposições do município para a feira agropecuária.

Como a parceria deu certo, então, Lúcio se aproximou ainda mais de José Hélio, e ainda incluiu outros dois parceiros, que acabaram sendo presos também na Operação Ludus: Adiel Andrade e Alex Testoni. Além disso, Lúcio ainda chegou a ser engenheiro responsável pelos projetos da empresa que seria de Testoni, a Rondonorte, incluindo o do Novo Espaço Alternativo. Todos os 126 contratos conseguidos pela construtora EJ, comandada por José Hélio eram para conservação, encascalhamento e asfaltamento de estradas e ruas de municípios rondonienses.

Esquema nebuloso

A empresa participava das licitações e vencia com preços bem baixos, que posteriormente eram aditivados. No caso do DER, as licitações eram diretas e com as prefeituras, o DER só liberava o recurso da licitação quando a EJ vencia. Do contrário, a coisa emperrava.

O Ministério Público Estadual sabe que esses 27 contratos, dos 126, sofreram interferência direta de Lúcio Mosquini em relação às licitações. Entre as prefeituras que contrataram a empresa pelo Fitha estão: Chupinguaia (contrato 006/2012 – 008/2012 – 026/2011), no valor de R$ 1.178.644; Pimenta Bueno (contrato 032/2014), no valor de R$ 969.977,84; Espigão do Oeste (008/2012 – 009/2012 – 009/2012 TA), no valor de R$ 384.295; Jaru (212/2012), no valor de R$ 300.339; Alta Floresta (035/2012), no valor de R$ 340.925,41; e Primavera (009/2012), no valor de R$ 246.418,59.

O próprio DER contratou a EJ em 17, dos 27 contratos que aparecem na relação. Relembrando que no total a empresa venceu 126 licitações. O MPE investiga, e já sabe, das relações entre o proprietário da EJ e o ex-diretor-geral do DER e Deosp, Lúcio Mosquini.

Com as investigações ainda em andamento, em breve novidades vão surgir na Operação Ludus, que complicam a cada dia mais a situação de Mosquini e Testoni. Já se sabe que ambos, além da obra do Espaço Alternativo, eram parceiros em outros negócios, inclusive no ramo de combustíveis, que abasteciam caminhões e máquinas do DER e alguns outros órgãos públicos do Governo do Estado.

Pegadinha

Com as movimentações do Ministério Público Estadual em torno das obras do Espaço Alternativo paralisadas por suspeitas de superfaturamento, e, investigações nos contratos envolvendo a EJ, Fitha e DER, José Hélio e Lúcio Mosquini chegaram a brigar publicamente. Mas, deixaram a perceber que aquilo não passava de “jogo de cena” para despistar o MPE.

Mãozinha

Diante dos 126 contratos vencidos e da bagatela conseguida em gordos contratos, José Hélio Rigonato resolveu dar uma “ajudinha” camarada na campanha de reeleição do governador Confúcio Moura (PMDB).

Conforme relatório de prestação de contas fornecido ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a EJ doou 150 mil reais para o comitê de Confúcio, divididos em três parcelas de 50 mil reais, mas feitos em transferência eletrônica no mesmo dia: 14/10/2014, ou seja, somente para o segundo turno do pleito eleitoral, que aconteceu no dia 26 de outubro.

* Matéria produzida com informações da coluna Painel Político, escrita pelo jornalista Alan Alex.

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Fonte:RONDONIAVIP

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