Policial : CASO IRANDIR
Enviado por alexandre em 04/09/2014 09:11:50


Delegados falam sobre a prisão do ex-prefeito Irandir Oliveira
Os delegados Roberto dos Santos da Silva e Ícaro Alex dos Santos, da Delegacia de Polícia Civil do município de Ouro Preto do Oeste, concederam na manhã desta quarta-feira (3), entrevista à imprensa local, onde explicaram em detalhes a operação que culminou na prisão do ex-prefeito Irandir de Oliveira e os inquéritos que foram instaurados contra o suspeito.

Roberto explicou aos profissionais de imprensa que as investigações iniciaram-se por meio de um procedimento do Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO), através da promotoria local. Fora instaurado, inicialmente, um inquérito policial e posteriormente realizadas diligências e oitivas em que foram ouvidas diversas pessoas até que fossem colhidas provas. Elas resultaram em um mandado de prisão temporária por suspeita de crime de peculato expedida pelo fórum da comarca de Ouro Preto do Oeste.

- Constatamos, durante as investigações, que no período em que Irandir exercia o cargo de prefeito, existia na Secretaria Municipal de Saúde uma ramificação delituosa que praticava alguns crimes através de empenhos complementares contra o erário e a administração pública. Crimes cometidos por ele e por alguns de seus assessores, e quem dava as ordens era ele. E há casos em que Irandir e sua companheira chegaram a ameaçar os servidores para que realizassem tais empenhos – frisou o delegado Roberto.

Como funcionava?

Os empenhos complementares provenientes de recursos do Fundo Municipal de Saúde eram destinados para alguns servidores ligados ao acusado, e o valor era repassado em cheques, que por sua vez eram depositados em suas contas. Após compensados e sacados, o dinheiro era repassado para Irandir.

O acusado que, segundo os delegados, já possuía quatro mandados de prisão em aberto, expedidos desde o ano de 2012, sendo dois de prisão preventiva e dois já transitados em julgado, todos referentes a crimes de falsidade ideológica, crime de trânsito, crime ambiental, e crime eleitoral, passou a possuir em seu “currículo” um quinto mandado. Dessa vez, por crime de peculato na modalidade de desvio de verbas públicas, além de outros inquéritos policiais que estão em andamento em que Irandir é suspeito de formação de quadrilha e outros crimes contra a administração pública, incluindo fraude em processo licitatório.

De acordo com Ícaro, os investigadores descobriram que no caso do peculato, foi em consequência do pagamento realizado a um médico que prestava serviços ao município.

– O pagamento feito ao médico era por meio de débito em conta. No entanto, nos meses de maio, junho e julho do ano de 2006 foi através de cheques. O emitido em maio possuía a assinatura como sendo a do médico. No entanto, quem recebeu foi um servidor a mando de Irandir – detalha o delegado.

A prisão

Após ter sido concluído o inquérito, iniciou-se uma investigação, juntamente com o apoio da Polícia Federal e da Polícia Militar de Ouro Preto do Oeste, para localizar o acusado. Irandir foi preso na manhã do dia 29 de setembro, na cidade de Goiânia, estado de Goiás, pela Polícia Federal e transferido para um presídio da cidade de Porto Velho. Na manhã do mesmo dia, os delegados Roberto e Ícaro deslocaram-se até o presídio da capital onde o interrogaram.

- Também estamos investigando a hipótese de aqueles processos que foram encontrados enterrados no terreno do antigo Palácio do Governo, no bairro Incra, serem provenientes da legislatura de Irandir e se o mesmo tem alguma participação, ou alguém ligado a ele e se realmente existe algum tipo de crime naquela situação. Porém, nesse caso é mais demorado, já que na ocasião foram encontrados inúmeros processos e isso requer tempo – frisa Roberto.

Os delegados relataram ainda que os demais processos de peculato, formação de quadrilha, entre outros crimes, serão encerrados até o final do mês de setembro e serão requeridos novos pedidos de prisão contra Irandir e outras pessoas que tiverem envolvimento em tais atos criminosos.

- Os processos serão entregues ao Ministério Público para que seja iniciada a ação penal e a eventual responsabilidade criminal de Irandir e de seus comparsas – finalizou Ícaro.


GAZETA CENTRAL

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