Política : CACETE
Enviado por alexandre em 27/06/2013 08:46:17


Expedito é um caloteiro diz, Hermínio

Porto Velho, Rondônia - O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Hermínio Coelho (PSD), foi o entrevistado desta quarta-feira (26) do programa A Voz do Povo, comandado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá.

“Esses dias eu fiquei muito em casa e assim meio pensativo. Eu sempre costumo usar a frase do Martin Luther King, que dizia que o silêncio dos bons incomodava mais do que o grito dos maus. Acompanhei as manifestações nas ruas do país e fico feliz em ver o povo nas ruas”, disse.

Eu não esperava, eu não acreditava. O povo brasileiro é muito pacífico e não é afeito às manifestações populares. Eu venho dizendo há muito tempo que na política, passou de todos os limites do tolerável. O sistema é nojento mesmo, mas não é desculpa para se fazer o mal feito.

Segundo ele, “a maior reforma é a classe política criar vergonha na cara. A maioria entra na política para fazer esquemas e para se dar bem. É uma bandalheira e não sei onde isso vai parar”.

Ele se classificou como um “peão da roça”. “Se tivéssemos políticos decentes, um peão da minha qualidade nem tinha direito a ser candidato a nada. Eu vim pra política após ser sindicalista e me posicionar contra a bandalheira. Cheguei onde cheguei por acaso, mas tenho a defesa da ética e o combate aos desmandos como uma bandeira”, declarou.

Sobre a sua fé em mudanças efetivas em Rondônia, após os protestos, ele foi direto. “Primeiro que não mudou nada. A única coisa que eu gostei na fala da presidente Dilma Rousseff (PT) foi colocar a corrupção como crime hediondo. Mas, a sociedade tem que permanecer vigilante e continuar mobilizada e cobrando seus direitos”, afirmou.

Ao comentar sobre a possibilidade do ex-senador cassado Expedito Junior (PSDB) sair candidato ao Governo, Hermínio se mostrou revoltado.
“Ele concedeu entrevistas, dizendo que desenterrou o caso Beron em Brasília. Na verdade, ele ajudou a quebrar o banco, pegando dinheiro e nunca pagando. É um caloteiro, deu cano no Beron, assalta os cofres públicos com um contrato vergonhoso de R$ 230 milhões em quatro anos para vigiar as escolas. Se deixar sem vigilante, os bandidos não iriam roubar o equivalente ao que Expedito ganha do Governo. Ele ainda ameaça me processar por chama-lo de ladrão. É bom ele ver que as pessoas não são babacas”, desabafou.

Em seguida, Arimar quis saber sobre a prisão do deputado estadual Marcos Donadon (PMDB). Ele defendeu que haja mais celeridade nos processos e que a justiça cuide do caso.
“Quem deve para a justiça, tem que pagar. Eu tenho dito aos deputados que se chegar algum processo do caso, não vamos nos envolver. Não tem que ter privilégio nenhum ara um parlamentar acusado de crimes, principalmente de corrupção. Essa ideia de criar a imunidade parlamentar não é mais aceitável”, declarou o presidente, acrescentando que a Assembleia não havia sido oficialmente notificada.

Ele não soube precisar como será o futuro de Marcos Donadon, nem sobre a convocação do suplente. “Vamos aguardar o pronunciamento da justiça”.
Em relação aos processos envolvendo os deputados estaduais acusados na Operação Termópilas, que foram suspensos em votação na Assembleia, ele reclamou do corporativismo e do desgaste que a Casa enfrenta, “por causa de um trem desses”.

“Propus que quando um governador ou deputado for acusado ou processado pela justiça, somente com aprovação popular, de no mínimo 1%, o processo seria suspenso. Hoje, uma ação de um partido pode sustar o processo”, observou.

Em relação a sua permanência no PSD, Hermínio Coelho confirmou que tem um clima ruim, especialmente com o presidente regional da legenda, Moreira Mendes. “Avalio a questão jurídica para sair do PSD. Se eu continuar nele, não tenho medo de rasteira, mas sim de uma facada nas costas. De uma rasteira a gente consegue se levantar, já de uma facada, é difícil”, observou.

Segundo ele, “a direção do PSD não me quer candidato a nada. Eles não gostam do meu jeito de fazer política, da minha forma contestadora de atuar e de denunciar as mazelas”.
Ele voltou a direcionar críticas à gestão do governador Confúcio Moura (PMDB), repetindo que “há uma quadrilha instalada no Executivo e que o governador nada faz. Já o alertei a trocar muita gente, para depois Confúcio não ser preso, igual foi o Roberto Sobrinho. Se compararmos a atuação do bando da prefeitura passada com o Governo atual, eles não passam de batedores de carteira”.

Indagado sobre o começo de mandato do prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif (PSB), ele fez um comentário de quem está decepcionado com a gestão.
“Eu gosto e respeito o Mauro Nazif e não queria falar mal dele. Não temos Governo, mas não temos prefeito também na capital. A equipe dele é muito ruim e parece que nem assumiu ainda o comando da prefeitura. No segundo turno, Mauro e Garçom mentiram demais, de forma descarada. Deveriam ir para a cadeia por tanta promessa”, declarou.

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