Política : Opinião
Enviado por alexandre em 09/09/2010 21:52:27



O silêncio deixa em polvorosa quem já se julga dono do pedaço!

Alexandre Araujo - jornalista

Faltando pouco mais de 20 dias para as eleições, o eleitor mais atento, mais curioso, já deve ter observado que estamos vivendo uma campanha silenciosa este ano. Ou melhor, dizendo: cheia de mistério. Em Ouro Preto do Oeste, vive-se uma campanha atípica; apática, poucos se interessam pelo assunto e falta entusiasmo nas ruas.

É perceptível que apenas cabos eleitorais, pessoas alinhadas a candidatos ou a grupos políticos andam se movimentando pelas esquinas e pontos estratégicos da cidade tratando do assunto. Muitos deles pagos para prestar tais serviços ou obrigados a cabalar votos em “paga” a alguma sinecura conseguida junto ao poder dominante. Lutam, apenas, para se manterem nos cargos.

Os carros adesivados notamos apenas os que pertencem aos “Babas ovo”, portariados e logicamente aqueles que estão ganhando algo em troca de colocar o nome ou nomes dos “pilantras”. Para cada veículo com adesivo de campanha existem 50 ou mais sem identificação. Parece que o eleitor anda temendo ou escondendo algo que somente será do conhecimento público à partir das 17 horas do dia 03 de outubro, somente após a abertura das urnas.

É claro e evidente que nem mesmo as pesquisas levantam à moral da tropa. É um descrédito generalizado. Até aqueles que se dizem beneficiados com tais pesquisas se empolgam. Mas neste caso vale um lembrete desafio que de todas as pesquisas feitas e divulgadas pelo menos uma foi feita com lisura, já que as pesquisas aqui em Rondônia é sinônimo de “pilantragem” onde quem paga é primeiro.


Apesar de uma estrutura financeira bem montada por parte de algumas forças poderosas, comenta-se que esse estrutura não está chegando ao “povão” , a dinheirama está ficando no meio do caminho, servindo apenas, para aumentar o patrimônio de cabos e chefetes políticos. Ao eleitor apenas promessas ou algumas migalhas.

O que está também evidenciado nessa eleição é que os candidatos aos cargos proporcionais – deputados estaduais e federais – estão cuidando, individualmente, das suas campanhas. Pouco estão se lixando pela preferência do eleitorado para os candidatos da majoritária – presidente, governador e senador -. Não existe campanha casada. É uma verdadeira salada de letrinhas. Nota-se candidatos do PT aliados com candidatos do Dem. Do PSDB com o PMDB; do PDT com PP e assim por diante.

Apenas os partidos ditos nanicos e de esquerda a exemplo do PSol, ainda se mantém com um pouco de coerência e pedem votos para toda a composição da chapa.

Um outro fato que também chama à atenção é que em vez de discutir as propostas dos candidatos, a percepção do eleitor está voltada para à Justiça Eleitoral, local onde se discute e se analisa uma enxurrada de ações, onde já se verificou cassações de registros de candidatos, pagamento de multas e outras penalidades, permitidas devido à judicialização da eleição. Tudo isso em decorrência da falta de uma reforma política consistente e de uma legislação mais adequada e permanente.

Diante desse quadro visível e perceptível até mesmo pelos neófitos em política, o clima do já ganhou, tem encontrado ressonância apenas naqueles mais apaixonados. Os mais sensatos acreditam que ainda existem muitos caminhos à percorrer e, procuram identificar, os motivos que têm provocados tanto silêncio e tanta apatia por parte de quem irá decidir os destinos políticos e administrativos do Estado nesses próximos quatro anos.

Há quem diga que, nessa eleição, aqui em Rondônia, o eleitor está sendo vítima de medos irracionais provocados por inimigos fictícios e temerosos. Está parando pra pensar e, principalmente, para ouvir. Daí o motivo de tanto silêncio.

Parece, também, que a máxima mineira, de que eleição e mineração, sempre é bom esperar o resultado da apuração, está sendo levada à sério ou pelo menos, respeitada em alguns quartéis generais espalhados pelas manções e palacetes da capital.

Sim, antes que me esqueça: o silêncio sepulcal numa reta final de campanha, sempre foi o calvário daqueles que se julgam donos da vontade popular e gostam de antecipar a vitória, bem antes do galo madrugador resolver bradar o seu primeiro canto.




Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia