Política : Religião
Enviado por alexandre em 28/07/2010 18:20:57



Padre Ezequiel Ramin 25 anos do Martírio

Milhares de fieis prestigiaram na noite de sábado, 24 a celebração Eucarística Diocesana realizada na Paróquia Sagrada Família, onde foi celebrado a “presença viva” de padre Ezequiel Ramin e o 25 anos de martírio. Amigos, parentes do padre vindos da Itália, vários padres Combonianos e fieis em geral prestigiou o evento que foi conduzido por Dom Antônio Possamai e Dom Bruno Pedron, Bispo Diocesano de Ji-Paraná, e vários padres.



Padre Ezequiel foi assassinado no dia 24 de julho de 1985, vítima de uma emboscada, quando em companhia do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cacoal, Adílio de Souza foi conversar com colonos ameaçados de despejo na fazenda Catuva, distante 10 km do município de Rondolândia – MT. No caminho de volta, foi assassinado por jagunços. Padre Ezequiel tinha 34 anos, pertencia à congregação dos missionários combonianos e estava no Brasil e em Cacoal a menos de dois anos.



Adílio de Souza que levou tiros de raspão, muito emocionado, contou como sobreviveu a emboscada armada por jagunços, adentrando mata adentro, andando o dia inteiro até encontrar ajuda e socorro, distante mais de 10 km do local. De acordo com Adílio, pe. Ezequiel só queria a paz. “Deus deixou eu vivo para contar o que aconteceu, e a comunidade em geral tem em Ezequiel o exemplo de amor ao semelhante”, destacou.



Dom Antônio Possamai, bispo diocesano na época, lembra aquela noite de 24 de julho, quando o delegado de policia de Ji-Paraná entregou-lhe o corpo de Ezequiel Ramim, na casa paroquial. Possamai destacou que a única missão de Ezequiel era servir e servir, ensinando o exemplo da fraternidade, justiça e testemunhando Jesus Cristo na vida das pessoas.



O ponto mais alto do Martírio de Pe. Ezequiel foi à celebração domingo de manhã, 25, em Rondolândia. Os amigos e parentes de Ezequiel que vieram da Itália, juntamente com o Bispo Dom Bruno Pedron, Adílio de Souza, padres combonianos, amigos cacoalense e fieis percorreram todo o trecho onde Ezequiel reuniu com os posseiros e foi assassinado. Foram momentos de emoção para todos, cantando, testemunhando, louvando, orando e aplaudindo nos últimos caminhos onde Ezequiel estava a favor da paz.



Padre Alcides Costa, Provincial dos Combonianos do Brasil/Sul, disse que é de conhecimentos de todos que nos anos 80, a Amazônia vivia em plena efervescência e crescimento. Ao longo da BR 364, com quase 2.000 quilômetros de chão, só se via buracos e poeira e, no período das chuvas, de crateras, lama e atoleiros, e as vilas viravam cidades da noite para o dia, exemplos de Ouro Preto, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, Ariquemes, entre outras localidades. Os bispos tinham lançado um apelo para que as congregações religiosas se sensibilizassem diante da necessidade de ajudar essas regiões.



De acordo com Padre Franco Vialetto, Prefeito de Cacoal nos anos 70, os combonianos, vindos do Espírito Santo, estavam entre os primeiros a responder ao apelo. Conheciam a caminhada das comunidades de base. Trabalhavam para construir uma Igreja que combina fé e vida, celebração, libertação e compromisso social. No ano de 1984, quando o pe. Ezequiel chegou a Cacoal, encontrou uma caminhada já feita. Com pouco mais de 30 anos, dava-lhe o entusiasmo que o desafio exigia, sendo amigos dos pobres, índios e oprimidos.



O coordenador da Paróquia Sagrada Família, Joaquim Divino, disse que todo o trabalho desenvolvido em lembrança da memória de pe. Ezequiel é importante, destacando os vários projetos sociais que levam o nome do missionário comboniano que morreu defendo a vida em favor dos pobres e oprimidos. Joaquim frisou a Escola Família Agrícola, Centro de Formação, Comunidade, e várias outras entidades espalhadas pelo Brasil que levam o nome de Ezequiel Ramim.

José Carlos Pereira – DRT 903/RO

Imprensa da PMC

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